segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

AGRICULTURA X ECOLOGIA NO VALE

NB: Abaixo vai a transcrição de uma notícia colhida no BLOG “Curiosidades do Vale do Ribeira”. No momento, não temos elementos para tomar posição a respeito do assunto, apenas deixamos consignado o conflito entre a Agricultura e a Ecologia, como um de nossos problemas atuais, que talvez vai se refletir em questões muito mais sérias, no futuro.



Foi apresentado pelo Dr. Fogaça e pelos diretores presentes, alguns itens do texto do novo Código Florestal, que são altamente prejudiciais à agropecuária do Vale do Ribeira, notadamente a bananicultura.

As alterações do novo Código Florestal que prejudicam a região do Vale do Ribeira são: Recuperar 15m de mata ciliar ao lado das margens dos rios de até 10m de largura; Isentar a recuperação de matas ciliares em cursos d’águas artificiais, provenientes de drenagens e irrigação; As áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos nos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral criadas por ato do Poder Público até a data de promulgação desta lei são passíveis de ter quaisquer atividades consideradas como consolidadas nos termos do “caput” e dos parágrafos anteriores, de acordo com parecer do Comité de Bacia Hidrográfica, ou órgãos do SISNAMA entre outras.



A Secretária da Agricultura, Monica Bergamaschi, recebeu as propostas da ABAVAR, e prometeu levá-las às Secretarias do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do governo, bem como ao governador do Estado Geraldo Alckmin, e se estas também fossem  aprovadas pelas mencionadas secretarias do Estado de São Paulo, seria entregue ao relator final na Câmara dos Deputados, Paulo Piau (PMDB-MG),como proposta do Estado de São Paulo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

REALIDADE E APARÊNCIA

Para quem só se restringe a ler as notícias de jornais, principalmente aquelas provindas dos órgãos governamentais, as cidades do Vale do Ribeira de Iguape não apresentam qualquer anomalia que as diferencie das cidades de outras regiões do estado. Os políticos daqui se vangloriam de seus feitos, como todos os outros, o estado anuncia grandes providências para resolver os problemas locais e os jornais noticiam reuniões e mais reuniões, de órgãos públicos e cidadãos, todos interessados na melhoria das condições de vida da população.
A “coisa começa a pegar”, entretanto, quando são examinados os indicadores sociais, o produto bruto local, a tendência ao êxodo para os grandes centros de uma grande parte da juventude da região, o que se pode notar pelos levantamentos estatísticos da população. Nada a estranhar. O papel dos políticos é manter o otimismo dos eleitores, o do jornal é noticiar as palavras das autoridades e das pessoas gradas, pois o povo não tem voz e, quando tem, é por motivos emocionais, além de seu limite a fatos e locais restritos, como esses do recente julgamento de um psicopata, ou a expulsão de um grupo de invasores de uma área particular.  
Todas essas considerações vêm a propósito de uma notícia que leio num jornal regional: “CEREST divulga suas ações em Registro e região”. O CEREST, Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador, abrange com sua ação 15 municípios da Região, e tem a função de preservar as condições de trabalho em todas as cadeias da produção. O que há a destacar, nessa notícia, entretanto, não é o trabalho propriamente desse órgão, mas o fato de ele existir, isto é, de ele se somar a outros tantos órgãos públicos, não sei quantos, todos dedicados a melhoria das condições locais, seja quanto à produção, à melhoria do produto, à saúde do trabalhador, à segurança da população, à educação, etc. etc.
É bem provável que o leitor ainda não tenha entendido a minha intenção, até aqui, falando sobre a divulgação das ações de um órgão público. Então, vou ser mais explícito: se um chinês, um tailandês ou um inglês fizerem um levantamento de todos os órgãos públicos, municipais, estaduais e federais, dedicados à melhoria das condições da economia e da vida da população, no Vale do Ribeira de Iguape, eles simplesmente ficarão estupefatos diante das estatísticas negativas da mesma região. Como é que, perguntarão, sendo servidos por tantos e tão eficientes (pelo menos pelas notícias divulgadas) órgãos públicos, o Vale do Ribeira de Iguape apresenta tais indicativos socioeconômicos?
A “coisa começa a pegar”, entretanto, quando são examinados os indicadores sociais, o produto bruto local, a tendência ao êxodo para os grandes centros de uma grande parte da juventude da região, o que se pode notar pelos levantamentos estatísticos da população. Nada a estranhar. O papel dos políticos é manter o otimismo dos eleitores, o do jornal é noticiar as palavras das autoridades e das pessoas gradas, pois o povo não tem voz e, quando tem, é por motivos emocionais, além de seu limite a fatos e locais restritos, como esses do recente julgamento de um psicopata, ou a expulsão de um grupo de invasores de uma área particular.  
Todas essas considerações vêm a propósito de uma notícia que leio num jornal regional: “CEREST divulga suas ações em Registro e região”. O CEREST, Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador, abrange com sua ação 15 municípios da Região, e tem a função de preservar as condições de trabalho em todas as cadeias da produção. O que há a destacar, nessa notícia, entretanto, não é o trabalho propriamente desse órgão, mas o fato de ele existir, isto é, de ele se somar a outros tantos órgãos públicos, não sei quantos, todos dedicados a melhoria das condições locais, seja quanto à produção, à melhoria do produto, à saúde do trabalhador, à segurança da população, à educação, etc. etc.
É bem provável que o leitor ainda não tenha entendido a minha intenção, até aqui, falando sobre a divulgação das ações de um órgão público. Então, vou ser mais explícito: se um chinês, um tailandês ou um inglês fizerem um levantamento de todos os órgãos públicos, municipais, estaduais e federais, dedicados à melhoria das condições da economia e da vida da população, no Vale do Ribeira de Iguape, eles simplesmente ficarão estupefatos diante das estatísticas negativas da mesma região. Como é que, perguntarão, sendo servidos por tantos e tão eficientes (pelo menos pelas notícias divulgadas) órgãos públicos, o Vale do Ribeira de Iguape apresenta tais indicativos socioeconômicos?
Para quem só se restringe a ler as notícias de jornais, principalmente aquelas provindas dos órgãos governamentais, as cidades do Vale do Ribeira de Iguape não apresentam qualquer anomalia que as diferencie das cidades de outras regiões do estado. Os políticos daqui se vangloriam de seus feitos, como todos os outros, o estado anuncia grandes providências para resolver os problemas locais e os jornais noticiam reuniões e mais reuniões, de órgãos públicos e cidadãos, todos interessados na melhoria das condições de vida da população.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

PRECONCEITOS CAIÇARAS

Em nosso tempo, de modo geral, a palavra preconceito é usada com um forte matiz acusatório. Isso porque sua referência mais comum diz respeito a discriminações no campo das etnias (preconceito de raça) ou das preferências sexuais. Mas a palavra preconceito tem também um sentido geral, com relação a “escolhas” de modo de vida, hábitos alimentares, crenças, etc. O título acima fala em “preconceitos caiçaras”, mas muitos deles não são exclusividade dessa modalidade cultural litorânea, encontrando contrapartida em muitas regiões brasileiras, ou sul-americanas.
        Também é bom ressaltar que muitas pessoas “vivem” esses preconceitos, isto é, cultivam certos hábitos, sem, no entanto, percebê-los como preferências, contrapondo-se aos hábitos de outros grupos sociais, sem pensar neles como discriminatórios, e, até, recusando essa atribuição. É o caso dos preconceitos alimentares, em sua relação com o nível socioeconômico. Existem alimentos de uso maior entre os ricos e outros de uso maior entre os pobres. Mas será que a diferença, aqui, não diz respeito ao “preço” de tais alimentos, que os tornam de aquisição mais fácil para uns, e mais difíceis para outros? Aparentemente, esta seria uma conclusão lógica, mas nem sempre é assim.
        Já que falamos em alimento, vamos começar por eles. Aqui, em Iguape, por exemplo, existem produtos de pescaria que já orientam seu consumo, para o pobre ou para o rico, a partir de seu preço. Mas será que o gosto deles acompanha essas preferências? Um rico diria que sim, um pobre ficaria em dúvida. Por exemplo, a manjuba é um peixe “de pobre”, pelo preço, mas isso não quer dizer que seu gosto seja pior que o robalo. Claro que muita gente discordará dessa afirmação, mas será que essa discordância é baseada no gosto ou no preconceito?
        Fica a dúvida, mas qualquer assunto humano suscita dúvidas, por isso, vamos partir para as preferências gerais, sem mais discussão. Assim, quanto ao alimento, podemos dizer, de modo geral, que aqueles do pobre são: feijão, caranguejo, siri, farinha de mandioca, banana; e os do rico, arroz, macarrão, alface, tomate, maçã, pera, e frutas importadas em geral. Além disso, como sobremesa, os ricos também comem alfajor argentino, bombons especiais, saladas de fruta com chantili, sorvetes, e muitos pobres nem têm o hábito de comer sobremesa. Pensando em bebidas, então, é fácil ver a diferença, porque o preço delas estabelece a grande divisão de classes. Cachaça boa, licores e whisky custam muito caro, para as finanças do pobre. Mas e o gosto? O rico não preferiria uma bebida boa, mesmo que ela seja barata? Pois é....
        Mas há outros campos onde o preconceito impera. Por exemplo, embora a música caipira seja tão interessante e, às vezes, até melhor do que a dos cabarés da capital, nenhum filho de rico se daria ao trabalho de aprender a tocar rabeca, em vez de violão, ou cuíca, em vez de piano. Houve um tempo em que o acordeão ficou na moda, e muitas meninas grã-finas chegaram a aprender a tocá-lo. Mas a onda passou e as dondocas voltaram ao piano e ao violino.
        Há modos de vida social, nos quais o preconceito pode ocorrer sem que qualquer das pessoas envolvidas ouse sequer pensar nele ou, muito menos, mencioná-lo. É o caso daquele que ocorre por conta da religião. Antigamente, os festeiros e as festeiras, respectivamente, do Espírito Santo e da Trindade, só eram escolhidos entre as pessoas mais ricas, porque essa posição implicava em despesas com um regabofe de grandes proporções, só possíveis de serem financiados por gente mais ou menos rica. Além disso, os componentes do coral da Igreja, e os dirigentes de algumas irmandades eram também pessoas “de prol”.
        Na virada do século XX para o XXI, as seitas pentecostais foram a grande resposta que os pobres deram aos ricos, na sua reivindicação por um lugar social-religioso menos sufocante. Essas seitas cresceram nas grandes cidades por conta da conquista, pelos pobres, de um lugar na classe média, e acabaram sendo um divisor de águas, nas pequenas cidades, entre as pequenas e as grandes contas bancárias. O resultado foi um visível esvaziamento da Igreja Católica, que, por sua vez, procurou uma saída no atendimento preferencial das comunidades carentes. Mas aqui se abre um amplo campo de estudos, que escapa à nossa exiguidade de conhecimento e espaço editorial.   

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

VALE DO RIBEIRA E PARTIDO VERDE

VALE DO RIBEIRA E PARTIDO VERDE
É interessante notar que o Vale do Ribeira de Iguape, no qual muitas cidades se orgulham de sua bela floresta, que tem grande parte de suas terras na chamada Mata Atlântica, não tem nenhum prefeito do PV – Partido Verde. Temos escritórios do IBAMA, da SOS-MATA ATLÂNTICA, temos rios com problema de desbarrancamento, por deficiência da flora ciliar e, no entanto, não temos nenhum prefeito ideologicamente ligado ao problema da preservação da floresta.
        Está claro que prefeitos e vereadores de todos os partidos podem e devem se interessar pelos problemas da preservação, e muitos o fazem, mas a inexistência de políticos específicos dessa questão, no poder municipal, dá o que pensar. As questões ligadas às áreas de preservação não dizem respeito somente a florestas, mas também a pessoas que nelas habitam, como os remanescentes dos quilombolas, os chamados “mosaicos”, nos quais dezenas de famílias se veem confrontadas com o poder público, em função de suas atividades tradicionais, que podem afetar o meio ambiente, etc.
        Devemos confessar que não é possível, apenas por palpite, descobrir o que está por trás dessa ausência de prefeitos “verdes”, no poder dos nossos municípios. Mas uma coisa é evidente, até pela leitura de jornais, pelas conversas entre os cidadãos e pelos debates políticos: o problema da preservação ambiental não entrou no imaginário de nossa gente. Acontece que esse problema faz parte da educação do povo, que começa na escola e continua pela imprensa e pelo discurso político. Se o Partido Verde não consegue um “lugar ao sol” na administração pública da Região, é porque seus líderes locais andam descuidados da educação, em sentido lato, de todos os cidadãos, em todas as faixas etárias.  

sábado, 11 de fevereiro de 2012

MUNICÍPIO DE ITAOCA


MUNICÍPIO DE ITAOCA
Pelo censo de 2010, o município de Itaoca, SP, situado na fronteira com o Paraná aumentou sua população em 2 habitantes, entre 2.000 e 2010, passando de 3.226 para 3.228 habitantes. Calculando que, nesse tempo houve muitos nascimentos na cidade, a população não aumentou porque a cada um que nascia, um saía de lá. Mas, (sempre há um mas, em toda história): pelo menos duas pessoas preferiram continuar onde estavam. Quem seriam esses dois bravos cidadãos que permaneceram na cidade, resistindo às atrações de empregos, estudos, shoppings e outras maravilhas, nas grandes cidades brasileiras, como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, etc.?
Outra particularidade de Itaoca, além de sua reduzida população, é que ela não tem nenhum “herói fundador”, tendo sido um distrito de Apiaí, desmembrado desta cidade em 30 de dezembro de 1991. Essa ascensão político-geográfica da pequena cidade ocorreu através de vários lances. Começou como uma propriedade particular, de Antônio Xavier Macedo, que a registrou na paróquia de Apiaí, em 12/05/1856, sendo que o imóvel se chamava Tocas. Com o tempo, a propriedade passou a pertencer a Justino Rodrigues Dias Martins, que a doou, em 1.888, “aos gloriosos Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião”, com a denominação de “Capela das Tocas”. Finalmente, foi elevada a município, com o nome de Itaoca, que, segundo os entendidos no idioma Tupi-Guarani, significa Casa de Pedra.
Segundo informação oficial, o referido município “apresenta uma grande potência turística, porém ainda não explorada devido a falta de infraestrutura, e também uma grande reserva de mata Atlântica, com cachoeiras, rios e riachos e contamos com uma modesta pensão, farmácia, bares, padaria e outros”. A respeito desses fatos, Itaoca não mostra grande originalidade: Mata Atlântica, o Vale do Ribeira de Iguape tem prá todo lado; “potência turística ainda não explorada devido à falta de infraestrutura” é um mal geral do Vale, para o qual há muita queixa e poucas providências.
Mas há do que se falar bem. No site da cidade, há fotos de muitas cavalgadas, o que é um dado pitoresco e interessante, nesta época de estradas asfaltadas e carros a “dar com o pé”. Outra coisa que achei muito interessante foi o “Fandango de Tamanco”, “mistura de dança gaúcha e indígena”. Como essa dança está ligada aos “trabalhos de preparação da terra, plantio e de colheita, realizados coletivamente em regime de mutirão”, ela me lembrou o “batimento de arroz”, usado no município de Iguape, um fandango realizado depois da colheita, também em regime de mutirão, que era feito para desfazer os cachos de arroz e separar os grãos.  

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

AS GAROTAS CASADOURAS DE APIAÍ

Ainda não comprovei se esse “fenômeno” se repete em outras cidades do Vale do Ribeira de Iguape, mas me surpreendi pelo seu vigoroso surto na bela cidade de Apiaí. Com uma população que variou de 27.162, no ano de 2.000, para 25.182, em 2.010, Apiaí parece estar numa fase demográfica que junta perda da população a uma defasagem numérica entre rapazes e moças. Isso pode ser deduzido pelo fato de que um grande número de cidadãs apiaienses participa, na Internet, de um painel de candidatas na busca de sua “cara metade”. Se as fotos não sofreram uma “melhoria técnica”, as moças são realmente bonitas, e, então, essa solidão de que padecem só pode ser explicada pela escassez de elementos do sexo oposto e não por carência de atrativos físicos.
        Embora não seja conveniente avançar hipóteses e explicações sem um estudo sério do assunto, o que implicaria em uma pesquisa sociológica, antecedida por um levantamento estatístico, num primeiro momento tem-se a impressão de que Apiaí apresenta um panorama socioeconômico que não é estranho a muitas outras cidades do Vale do Ribeira: em primeiro lugar, um êxodo de jovens, em busca de emprego ou estudos, em outro lugar; em segundo lugar e, insisto, é apenas uma hipótese, por alguma razão, as moças não participam dessa busca de seu futuro fora da cidade e, aqui, pode-se supor que não encontram apoio dos pais, seja por questão de excesso de moralidade, seja por dificuldades econômicas.
        De qualquer maneira, como disse, se por acaso as hipóteses acima encontrarem algum respaldo na realidade, Apiaí não se diferencia de muitas outras cidades do Vale, quanto à sua situação econômica (falta de oportunidade de trabalho), e quanto ao conservadorismo de suas famílias. Mas, devo reiterar, estou apenas fazendo suposições, embora elas se baseiem em fatos que se repetem em outras cidades, e na nossa própria experiência pessoal, pois fazemos parte daqueles que precisaram sair de sua terra natal, para estudar e trabalhar em São Paulo.  
        Mas esse painel de moças carentes apresenta também alguns fatos curiosos. Em primeiro lugar, há pelo menos um rapaz “infiltrado” nesse plantel de “belezuras”. Com tanta oferta feminina na cidade, como é que esse palerma conseguiu ficar na solidão? Em segundo lugar, há pelo menos uma moça que anda em busca de “outra moça!” Em terceiro lugar, as ofertas incluem algumas “coroas”, mas não há esclarecimento se são “marinheiras de primeira viagem” ou “viajantes experimentadas”. Em quarto lugar, mas não menos surpreendente, uma candidata a encontros amorosos colocou sua foto de quarenta e tantos anos atrás, o que pode indicar brincadeira ou receio de mostrar sua aparência atual!

ISTO INTERESSA A TODOS OS MORADORES DO VALE DO RIBEIRA


NOTÍCIA: MP apura atraso em obra na Serra do Cafezal
O Ministério Público Federal (MPF) vai apurar denúncia de que a concessionária Autopista Régis Bittencourt estaria atrasando deliberadamente os estudos ambientais para a duplicação da Serra do Cafezal, na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo e Curitiba. O trecho de 19 km, o único de pista simples, recebe 24 mil veículos por dia e é recordista em acidentes. Trata-se da obra mais cara da concessão, que prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões em 25 anos. O prazo previsto para a duplicação foi prorrogado de 2012 para 2013, mas pode ser protelado ainda mais.
No mês passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou licença de instalação para as obras no centro da serra alegando que os estudos apresentados pela concessionária estavam incompletos e em desconformidade com as diretrizes discutidas previamente. Na versão da empresa, o atraso ocorreu porque a proprietária de uma área a ser desapropriada, a ambientalista Léa Corrêa Pinto, não permitiu a entrada dos técnicos para completar o estudo ambiental. Em representação protocolada em dezembro no MPF de São Paulo, a ambientalista alega que a autorização, embora condicionada à apresentação de documentos pela concessionária, foi dada no mesmo mês da solicitação, em março de 2011.
De acordo com Léa, vários contatos feitos com a empresa ficaram sem retorno e nem mesmo a autorização para abertura de picadas, documento básico para permitir o acesso à área, foi apresentado. "A sociedade brasileira agradecerá todos os esforços para que essa duplicação tão almejada ocorra em conformidade com a tecnologia adotada em outras rodovias do Brasil, compatível com a Serra do Mar e com segurança para as populações lindeiras", argumentou.
Em nota, a Autopista informou que já faz obras de duplicação em 11 quilômetros da serra, cuja conclusão deverá ocorrer até a metade deste ano. "Para os 19 quilômetros faltantes, a concessionária realiza a complementação de estudos de projeto e apenas um proprietário (que detém 1,5 km do total) dificulta a conclusão dos estudos ao não autorizar o ingresso de funcionários para as medições topográficas necessárias, ao contrário dos demais que não apresentaram qualquer restrição para a realização de estudos." O nome do proprietário resistente não foi informado pela empresa.

O QUE SE CONCLUI DE TUDO ISSO? SIMPLESMENTE: UMA VITÓRIA DO ESPÍRITO BUROCRÁTICO SOBRE O BOM SENSO. O PROBLEMA DA RÉGIS BITTENCOURT, QUERO DIZER, OS RISCOS QUE A ESTRADA OFERECE PARA SEUS USUÁRIOS, SÃO MAIS ANTIGOS DO QUE A CONCESSÃO DE SUA EXPLORAÇÃO PELA “AUTOPISTA R.B.” O GOVERNO NÃO TRATOU DISSO QUANDO ERA DE SUA RESPONSABILIDADE. AGORA ATRAPALHA AS SOLUÇÕES, QUANTO PASSOU ESSA RESPONSABILIDADE PARA A CONCESSIONÁRIA.
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