MUNICÍPIO DE ITAOCA
Pelo censo de 2010, o município de Itaoca, SP, situado na fronteira com o Paraná aumentou sua população em 2 habitantes, entre 2.000 e 2010, passando de 3.226 para 3.228 habitantes. Calculando que, nesse tempo houve muitos nascimentos na cidade, a população não aumentou porque a cada um que nascia, um saía de lá. Mas, (sempre há um mas, em toda história): pelo menos duas pessoas preferiram continuar onde estavam. Quem seriam esses dois bravos cidadãos que permaneceram na cidade, resistindo às atrações de empregos, estudos, shoppings e outras maravilhas, nas grandes cidades brasileiras, como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, etc.?
Outra particularidade de Itaoca, além de sua reduzida população, é que ela não tem nenhum “herói fundador”, tendo sido um distrito de Apiaí, desmembrado desta cidade em 30 de dezembro de 1991. Essa ascensão político-geográfica da pequena cidade ocorreu através de vários lances. Começou como uma propriedade particular, de Antônio Xavier Macedo, que a registrou na paróquia de Apiaí, em 12/05/1856, sendo que o imóvel se chamava Tocas. Com o tempo, a propriedade passou a pertencer a Justino Rodrigues Dias Martins, que a doou, em 1.888, “aos gloriosos Nossa Senhora da Conceição e São Sebastião”, com a denominação de “Capela das Tocas”. Finalmente, foi elevada a município, com o nome de Itaoca, que, segundo os entendidos no idioma Tupi-Guarani, significa Casa de Pedra.
Segundo informação oficial, o referido município “apresenta uma grande potência turística, porém ainda não explorada devido a falta de infraestrutura, e também uma grande reserva de mata Atlântica, com cachoeiras, rios e riachos e contamos com uma modesta pensão, farmácia, bares, padaria e outros”. A respeito desses fatos, Itaoca não mostra grande originalidade: Mata Atlântica, o Vale do Ribeira de Iguape tem prá todo lado; “potência turística ainda não explorada devido à falta de infraestrutura” é um mal geral do Vale, para o qual há muita queixa e poucas providências.
Mas há do que se falar bem. No site da cidade, há fotos de muitas cavalgadas, o que é um dado pitoresco e interessante, nesta época de estradas asfaltadas e carros a “dar com o pé”. Outra coisa que achei muito interessante foi o “Fandango de Tamanco”, “mistura de dança gaúcha e indígena”. Como essa dança está ligada aos “trabalhos de preparação da terra, plantio e de colheita, realizados coletivamente em regime de mutirão”, ela me lembrou o “batimento de arroz”, usado no município de Iguape, um fandango realizado depois da colheita, também em regime de mutirão, que era feito para desfazer os cachos de arroz e separar os grãos.
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