Uma região pode ser atrativa para as pessoas, como local de lazer ou de trabalho. No primeiro caso, uma parte de sua população, os turistas, pode ser flutuante, mas sempre haverá uma boa parte da mão-de-obra fixa dos serviços, já que não é possível estar recrutando pessoal nos momentos críticos do movimento. É isso que se pode constatar no litoral do Estado de São Paulo, principalmente a partir de Santos e Guarujá, para o Norte. Por outro lado, há cidades dinâmicas, pela sua indústria ou comércio, cuja população está sempre em ascensão, em função das possibilidades econômicas que oferece.
Por essa razão, nunca se deve menosprezar o exame do lado negativo da estatística populacional. Se a população de uma cidade ou região deixa de aumentar ou, mesmo, diminui, isso, salvo situações excepcionais, como desastres naturais ou distúrbios sociais, deve chamar a atenção das autoridades responsáveis pela administração pública. Em razão disso, achamos por bem iniciar nossa exposição sobre o Vale do Ribeira, considerando o fator populacional como algo relevante para a compreensão de sua atual situação, e como ponto de partida para exposição e discussão de seus problemas.
Os dados estatísticos já foram largamente divulgados ao público, por isso achamos desnecessário repeti-los aqui. Nossa intenção é dispor essa realidade como uma referência que pode facilitar a compreensão de outros problemas. O que achamos útil reiterar é que o Vale do Ribeira sofreu uma defasagem estatística com relação ao Brasil como um todo, e com relação a outras regiões do país. Enquanto o Brasil, entre os anos 2.000 e 2010, teve um aumento populacional de 12%, o Vale do Ribeira alcançou um percentual irrisório de aumento, com apenas mais 191 habitantes, nesse período. Além disso, a perda só não foi maior por conta de alguns pontos dinâmicos, como a Ilha Comprida, que praticamente se consolidou como cidade, nesse período.
Está claro que o foco da preocupação não é a fraca demografia, mas o que está por trás dela, o que ela deixa entrever. E se isso se constitui num problema governamental, na hora do planejamento, é um dado preocupante no dia-a-dia de seus habitantes, desanimados com a pasmaceira e a rotina de imobilidade. Mas é preciso que nossa atenção não se prenda só a esse indicador negativo. O Vale do Ribeira tem muitos outros problemas, e uns servem para agravar outros. Assim, achamos necessário não esconder nossas mazelas em baixo do tapete, mas encará-las de frente, estimular os cidadãos a pensarem nelas, e ajudar as autoridades a articulá-las, coordená-las e, se possível, solucioná-las. É o que pretende este site do Vale do Ribeira, que agora iniciamos.
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