sexta-feira, 30 de novembro de 2012

CONHECENDO O VALE DO RIBEIRA: BARRA DO CHAPÉU


          Com o curioso nome de Barra do Chapéu, este município foi criado em 30 de dezembro de 1991, a partir do desmembramento de um distrito da cidade de Apiaí, em 17/01/1991. O censo do ano 2.000 revelou uma população de 4.846 habitantes, sendo 1.448, na zona urbana e 3.398 na zona rural. Um município essencialmente rural, como se vê.

          Talvez o leitor pense que esses dados populacionais estão obsoletos. Estão, mas não muito. O censo de 2010 mostrou uma cidade com 5.236 habitantes, isto é, uma diferença, para mais, de apenas 390 habitantes. Portanto, nesses 10 anos, houve um aumento de 39 habitantes por ano. Isso não quer dizer que as mulheres do município tenham deixado de cumprir o seu dever, conforme o mandado divino (crescei e multiplicai-vos), mas sim que os habitantes da cidade estão obedecendo a um mandado da necessidade: “cresçam e deem o fora”. As cidades do Vale do Ribeira, de modo geral, ou mantém sua população inalterada, ou perdem habitantes, ou ganham poucos, de censo a censo.

          Mas vamos em frente. Curiosamente, em 2000, o número de homens, no município, (2.610) foi maior do que o número de mulheres (2.236). Dizemos curiosamente, porque é mais comum que os rapazes, mais que as moças, saiam dos pequenos centros urbanos, para procurar trabalho em cidades maiores. Em Barra do Chapéu parece ter acontecido o contrário: as meninas é que estão se aventurando, saindo em busca de oportunidades, deixando a rapaziada da terrinha a chupar o dedo. Pode ser também que elas, de modo geral, sejam tão bonitas que os forasteiros as estão levando embora.  Se essa fama se espalha, cuidado, rapaziada de Barra do Chapéu! Ponham as barbas e os bigodes de molho!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PENITENCIÁRIA EM REGISTRO


            Surgiram novamente nos jornais referências à construção de uma penitenciária, em Registro, seguida, naturalmente, de protestos de autoridades e cidadãos. Não sei exatamente porque. O receio de que isso possa aumentar os crimes na região, como é alegado por algumas pessoas, é ridículo. Penitenciária é para prender criminosos, não uma escola para eles, apesar de que deveria ser um processo “pedagógico”, para os criminosos. Naturalmente, por conta das visitas da família, vai haver certo movimento de gente ligada aos “amigos do alheio”,  mas a ligação é de parentesco, não de atividades ilícitas.

            É fato que os criminosos, no Brasil, por conta do desleixo das autoridades e do obsoletismo do sistema de controle dos estabelecimentos prisionais, conseguem continuar sua vida de ilicitudes, mesmo dentro da carceragem. Mas esses atos dependem de seus comparsas, fora das grades, moradores e atuantes, de modo geral, nos grandes centros, e não nas pequenas cidades. Pensar que alguns membros do PCC vão se deslocar para o Vale do Ribeira para vender cocaína é megalomania. Um quilo de cocaína já é suficiente para sustentar todos os viciados da Região, o que torna o negócio de drogas por aqui “serviço” de “pés de chinelo” do crime.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

INÍCIO DE DEZEMBRO EM JUQUIÁ: EXPOSIÇÃO E VENDA DE ORQUÍDEAS E PLANTAS ORNAMENTAIS


 

               É sempre alvissareiro saber de iniciativas que levem à melhoria econômica dos moradores da região do Vale do Ribeira. Por isso, fazemos questão de divulgar, neste Blog, a exposição e venda de orquídeas, que acontecerá em princípios de dezembro, em Juquiá. No evento, que ocorrerá no Sítio Pedra Cavalo, nos dias 8 e 9 de Dezembro, além da exposição e vendas, haverá palestras sobre o cultivo de vegetais, e apresentará artesanatos regionais e comida caseira. Abaixo, o cronograma:

               Dia 8, às 14 horas – Dr. Luiz Penteado – Presidente da Orquivale de Registro – Assunto: Cultivo de Orquídeas

               Dia 9, às 9 horas – Dr. José Américo (Agrônomo) – Assunto: Plantas  Ornamentais

               Dia 9 às 13 horas – Dr. José Américo (Agrônomo) – Assunto: Tratos Culturais da Pupunha.

               Durante a exposição, haverá Premiações para Campeão, 2º Colocado e 3º Colocado, nas modalidades Híbridas, Espécies e Exóticas.

               O evento é realização do Sindicato Rural, com apoio da Prefeitura Municipal de Juquiá.

domingo, 25 de novembro de 2012

CANANEIA: CONSERVAÇÃO DOS MANGUESAIS


               Um dos traços mais visíveis da desatualização dos habitantes do Vale do Ribeira com a modernidade é sua aparente indiferença com a Ecologia. Estamos mergulhados na Mata Atlântica, mas isso não tem alterado os hábitos locais, a não ser no quesito “reivindicação”, quando se procuram os órgãos estaduais ou federais, para reclamar contra o “arbítrio” de uma demarcação, ou de uma proibição quanto a hábitos centenários de destruição da fauna local.     
               A proibição da pesca na época da desova dos peixes só começou a funcionar quando o Governo (leia-se: toda a sociedade) se dispôs a pagar pelos meses em que o pescador deixava de exercer sua função (defeso), como se isso (a proibição da pesca) não fosse um ato de proteção, que preservaria a própria fauna aquática, em benefício do pescador. Além da estranheza desse fato, ainda tem-se que tolerar os abusos contra a Lei, com o pagamento de defeso a pessoas que nunca puseram a mão numa rede de pescar. Quem tem boa memória deve lembrar a dificuldade que tiveram os técnicos da pescaria em convencer os pescadores de que os peixes não se reproduzem de maneira infinita, e que se a fauna não for preservada, mais cedo ou mais tarde, eles diminuirão em quantidade. Lembro do ceticismo de muitos pescadores veteranos: “Isso é bobagem, os peixes vêm do mar e nunca acabarão!”

               Por todos esses fatos, é auspicioso ler uma notícia como a que vai abaixo:

 

Cananéia realiza a VIII Semana Municipal pela Conservação dos Manguezais

 

               A Prefeitura de Cananéia, através do Departamento Municipal de Meio Ambiente (Rogério José de Sena e Mayra Jankowsky) e do Departamento de Planejamento, juntamente com o Instituto de Pesquisas Cananéia (IPEC) realizarão entre os dias 24 a 30 de novembro a VIII Semana Municipal pela Conservação dos Manguezais. O evento tem como parceira a Sabesp.

               Entre as atividades previstas estão o mutirão de limpeza nos Manguezais, com a participação dos estudantes da rede estadual de ensino, no dia 24; a construção coletiva do Biomapa Manguezal e discussão sobre a conservação dos manguezais, junto aos estudantes da Escola Estadual do Bairro Cubatão, no dia 26; acordo sobre a destinação de resíduos de pesca no Centro Comunitário de Cananeia, no dia 27; encerramento, feira de trocas e exibição dos Vídeos da Mostra Manguezal na Escola Estadual do Bairro Cubatão, no dia 30. As inscrições para o mutirão devem ser feitas no Ipec ou na Escola Estadual do Bairro Cubatão até o dia 23. As inscrições para os vídeos deverão ser realizadas no Departamento de Planejamento também até o dia 28.

               Conquistas da Semana dos Manguezais em Cananéia – as ações de conservação dos manguezais surgiram com o “Projeto Manguezal Ativo” no ano de 2002, por meio de um grupo da sociedade civil reunido através do Fórum DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável de Cananéia, que tinha como objetivo instaurar o Programa Comunidade Ativa em nossa cidade. A escolha do referido projeto deveu-se à necessidade da conservação de um Patrimônio Natural da Humanidade, que é o Complexo Estuarino-Lagunar, onde se insere a totalidade dos manguezais do município de Cananeia.

sábado, 24 de novembro de 2012

FLORA MEDICINAL DO VALE DO RIBEIRA


           A notícia já é velha (26/09/2012) mas seu interesse é permanente, para nós, do Vale do Ribeira. Aconteceu que dois alunos de Gestão Ambiental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, Jorge Luiz Cambuí Melli e Guilherme Aleoni, apresentaram um trabalho, no 13º.Congresso Internacional da Sociedade Etnofarmacológica, na Áustria, 2 pesquisas sobre Conhecimento Etnobotânico sobre Plantas Medicinais, do Vale do Ribeira.

            A primeira, apresentada por Melli, explicou quais espécies vegetais brasileiras são empregadas na fabricação de medicamentos e quais poderiam ser também empregadas para esse fim, se fossem melhor estudadas. Dessa forma, a pesquisa destacou a importância de se manter o conhecimento etnobotânico vivo e ativo.

            O segundo trabalho, apresentado por Aleoni, relata que o Brasil está dividido em seis grandes biomas (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa), e é o país mais rico em biodiversidade. Esta vasta riqueza biológica se reflete pelo potencial medicinal das mais diversas espécies de plantas. O viajante e pesquisador alemão Carl Friedrich Philipp von Martius, em seu Brasiliensis Systema Materiae Medicae Vegetabilis (1874), descreve 470 plantas brasileiras. Nele, o cientista afirmou que “as plantas brasileiras não curam, fazem milagres”. Dessa forma, para categorizar e relatar seus usos, nesse trabalho foram selecionadas 25 espécies de 17 famílias diferentes amplamente utilizadas no Brasil, especialmente por farmácias de manipulação. Elas apresentam propriedades como imunomoduladoras, antioxidantes e anti-inflamatórias, antitumorais, ansiolíticas, ajudam no processo de cicatrização e defesa contra a síndrome metabólica.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CANANEIA REPRESENTA O BRASIL EM SEBORGA, NA ITÁLIA


             Alunos da rede municipal de educação de Cananeia terão uma experiência inédita, neste Natal: foi firmado um intercâmbio com Seborga – região da Ligúria, província de Impéria, Itália – pelo qual 70 crianças enviarão trabalhos escolares aos alunos de uma instituição de ensino da comunidade italiana. As mensagens, selecionadas pelos diretores das escolas, deverão ter como tema o Natal e a Paz e servirão de adorno para uma árvore (abeto) de 4 metros que será montada na principal praça da cidade. A data de entrega dos trabalhos escolhidos é hoje, dia 21.

             A decoração natalina estará a cargo dos meninos do Conselho Municipal de Seborga. O arranjo para o abeto de Natal será composto por desenhos e mensagens de crianças de várias partes do mundo. Cananeia representará o Brasil nesse intercâmbio.

             Além do envio dos trabalhos escolares, os dois municípios estão providenciando uma comunicação entre suas crianças. A vice-prefeita de Cananeia, Maria Rita, destacou o mérito desse intercâmbio: “O Natal sempre foi um momento de unidade e fraternidade. É muito bom que nossas crianças aprendam a importância da partilha de momentos de amizade com pessoas de cultura distintas”. Além das Prefeituras das duas cidades, Cananeia e Seborga, o evento conta com a colaboração de Francesco Grazi.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MÃO-DE-OBRA DESPERDIÇADA


         As empresas de telemarketing, de São Paulo, Rio de Janeiro, etc. estão migrando para o Nordeste, em busca de mão-de-obra farta e barata. Essa é uma tendência moderna que está dando certo em toda parte. Os EUA há muitos anos utilizam mão-de-obra indiana, tailandesa, etc. para esse tipo de trabalho, que não exige proximidade nem com o freguês, nem com a fábrica do produto. Mas, por que os EUA não usam, ou usam pouco, o Brasil, para fazer isso? E chegando mais perto, porque as empresas de São Paulo e Rio de Janeiro não utilizam a mão-de-obra disponível no Vale do Ribeira? Não seria uma boa opção, para eles e para nós?

           A resposta para as duas perguntas é: “seria, se não fosse....” Aí é que está o busílis da questão. O “caso” do Brasil, já é conhecido: burocracia, impostos, legislação trabalhista, e, ainda, como todos estão carecas de saber, a corrupção, em todos os escalões do serviço público, como ficou escancarado, agora, com o julgamento do “Mensalão”. O caso do Vale do Ribeira é complexo, como é complexa a composição social, administrativa e econômica do Vale. Seria muita pretensão tentar uma análise sócio-político-econômica, assim, de improviso, sem um longo estudo prévio dos dados, uma meticulosa pesquisa social, e uma base teórica vasada em dados comparativos, geográficos e históricos.   

            Entretanto, sem entrar em detalhes, os resultados que podem se perceber da atuação da administração pública nos municípios do Vale, dão uma pista de nossos problemas. Engana-se aquele que pensar, assim, de supetão, que estou acusando o serviço público municipal do Vale, os seus políticos eleitos, em suma, de ineficientes. Ao contrário, estou querendo dizer é que o próprio serviço público, os políticos, mesmo sem considerar sua competência ou falta de, encontram uma enorme dificuldade em lidar com o povo, com seus desmandos, o despreparo de muitos, a falta de cidadania de tantos outros, enfim, a inexistência de um elo de boa vontade, que ligasse o cidadão aos seus dirigentes político-administrativos. O assunto não fica por aqui, mas é muito extenso e complexo para apenas um artigo. Voltaremos a ele, por um ou outro meio, como já estamos fazendo pela exposição crítica do noticiário local.  

sábado, 17 de novembro de 2012

Orquestra Filarmônica Bachiana SESI-SP em Registro


 

           A notícia vai com algum atraso, mas isso não tem importância, porque ela é simplesmente histórica. Posso ter perdido muitas notícias sobre apresentações musicais, no Vale do Ribeira, por isso não garanto se o que digo é verdade, mas é a primeira vez que ouço falar em Orquestra Filarmônica, no Vale do Ribeira. Como isso é inédito, pelo menos prá mim, comemoro o fato com satisfação.  

           Mas vamos à notícia, propriamente:

 

Posted: 09 Nov 2012

 

           Com apresentação única, Orquestra Filarmônica Bachiana SESI-SP se apresenta no próximo sábado (10), às 19 horas, no 14º Batalhão da Polícia Militar em Registro. O concerto, sob a regência do maestro João Carlos Martins, será gratuito e integra a temporada SESI Música 2012.

           De acordo com a assessoria do SESI, a orquestra é formada por jovens e experientes músicos sob a direção artística do maestro João Carlos Martins. Representa ação de apoio à música erudita e à formação e desenvolvimento das carreiras de instrumentistas. Após diversas temporadas pelo Brasil, encantou o público em turnês nos Estados Unidos, em quatro atuações nos renomados templos da música mundial: o Carnegie Hall e o Lincoln Center, ambos em Nova York.

          O repertório da apresentação destacará obras de compositores como Ludwig van Beethoven, Tchaikovsky e Brahms. O maestro promete um momento especial no encerramento da apresentação, quando assumirá o piano e relembrará a sua trajetória como concertista.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

POLÍTICA: AS FORÇAS OCULTAS


 

        Sempre tivemos, mesmo antes do surto do “mensalão”, a reiterada eleição de políticos desonestos, a convivência (ou conivência?) pacífica do povo brasileiro, principalmente dos pobres, com a presença constante, entre nossos dirigentes, de pessoas e grupos, melhor dizendo, quadrilhas, que infestam nossas instituições. Falo instituições, porque o problema é geral, não é só no Congresso ou nas Câmaras, ou nos postos executivos, mas está também nas alfândegas, nas delegacias e, até, na magistratura.

Os estrangeiros, as pessoas sensatas, os intelectuais honestos, daqui e de alhures, excogitam teorias as mais diversas, na tentativa de entender o que se passa neste país, no campo do exercício da democracia. Observando o “circo” montado pelos políticos, em todas as eleições, ou conversando com as pessoas conhecidas, temos dificuldade, ainda assim, de atinar com a resposta a essa dúvida. Mesmo aqueles sábios voltados ao estudo das ciências sociais não conseguem dar uma resposta unívoca ao problema crucial, com que se martirizam as pessoas honestas e de boa vontade: afinal, porque tantos políticos nossos não criam jeito? 

        Da minha parte, modestamente, acredito que esse mistério não encontra sua resposta na observação do comportamento dos candidatos, porque, muitas vezes, eles são uma coisa antes e outra coisa, depois das eleições. Por sua vez, os órgãos da imprensa, bem como pessoas de certo relevo social, têm opiniões e pontos de vista, nem sempre despidos de ideologias, portanto contaminados por preconceitos. As pessoas do povo, de modo geral, por receio, timidez ou hipocrisia, disfarçam seu pensamento e fabricam respostas que mostrem não o que elas pensam, mas o que desejam que os outros achem que elas pensam.

        Sem querer desqualificar outras explicações, achamos que uma das respostas para esse mistério está na cabine de votação. Ali é que parecem surgir as “forças ocultas”, que buscamos em vão, no espaço público. Aquele recinto exíguo, que só se diferencia do confessionário porque as revelações são feitas a uma máquina e não a uma pessoa, é o lugar ideal para que os segredos sejam expostos em sigilo, portanto livres de castigo, e onde a rara virtude se mostra tímida, diante da fraqueza humana. Protegido da sanção social, o eleitor exprime seus desejos com a liberdade de um beduíno solitário, no seu oásis. Nessa situação de isolamento, os baixos instintos têm a oportunidade de aflorar à consciência, de tomar o leme das decisões, de fazer falar aquilo que a censura pública reprime.

        Naquele momento decisivo para o exercício da cidadania, em vez de funcionar a consciência social, entra em ação o “homem lobo do homem”, aquele que põe seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos. Então, o seu voto vai na direção daqueles políticos que podem resolver os “seus” problemas, e não os problemas da coletividade, o que vai “quebrar o seu galho”, e não dedicar-se à causa pública. Ainda quando isso não ocorre, a escolha também pode ser feita pela ótica da simpatia, da amizade, da subserviência e outros “pecados”, não menos graves do cidadão.

        Enfim, a “vitória democrática” do voto secreto, se mostra uma “vitória de Pirro”, em vista do egoísmo, da falta de cidadania, da debilidade da educação, da falta de esclarecimento, dos eleitores. Com tudo isso, entretanto, com toda essa conclusão perversa, mas lógica, que se torna concreta diante da realidade vivida, não adianta pensar numa volta ao passado, ao “voto do cabresto”, ou ao “voto dos melhores”, isto é, da aristocracia do dinheiro ou do sangue. O que se deduz, enfim, é que a democracia é incompatível com a ignorância, que a liberdade de escolha dos dirigentes políticos é incompatível com a falta de cidadania, esta, por sua vez, sendo consequência de uma educação (no seu sentido mais amplo) falha, que leva ao egocentrismo, à desonestidade, à luta pelos próprios interesses, em prejuízo do interesse coletivo.

        A conclusão final é que a culpa pela má administração e pela reiterada falcatrua dos bens públicos deve recair, antes para o eleitor e, só depois, para o político, pois se este “não presta”, não vai conseguir fazer mais do que sua natureza manda. Assim, as falhas de caráter de uma boa parte dos políticos, muitas vezes trazida à discussão, não é o ponto principal do problema. O ponto principal é a falha de caráter do eleitor, que aflora naquele momento de solidão, dentro da cabine inviolável. Essa solidão diminui os liames do cidadão mal educado com a ética pública, dando oportunidade aos seus impulsos egoísticos.

REALIDADE E APARÊNCIA


Para quem só se restringe a ler as notícias de jornais, principalmente aquelas provindas dos órgãos governamentais, as cidades do Vale do Ribeira de Iguape não apresentam qualquer anomalia que as diferencie das cidades mais prósperas de outras regiões do estado. Os políticos daqui se vangloriam de seus feitos, como todos os outros, o estado anuncia grandes providências para resolver os problemas locais e os jornais noticiam reuniões e mais reuniões, de órgãos públicos e cidadãos, todos interessados na melhoria das condições de vida da população. A “coisa começa a pegar”, entretanto, quando são examinados os indicadores sociais, o produto bruto local, a tendência ao êxodo para os grandes centros de uma grande parte da juventude da região, o que se pode notar pelos levantamentos estatísticos da população.

Nada a estranhar, entretanto, quanto ao noticiário e as atitudes de alguns homens públicos. O papel dos políticos é manter o otimismo dos eleitores, o do jornal é noticiar as palavras das autoridades e das pessoas gradas, pois o povo não tem voz e, quando a tem, é por motivos emocionais, além de seu limite a fatos e locais restritos, como esses do recente julgamento de um psicopata, ou a expulsão de um grupo de invasores de uma área particular. 

Todas essas considerações me vêm a propósito de uma notícia que li num jornal regional: “CEREST divulga suas ações em Registro e região”. O CEREST, Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador, abrange com sua ação 15 municípios da Região, e tem a função de preservar as condições de trabalho em todas as cadeias da produção. O que há a destacar, nessa notícia, entretanto, não é o trabalho propriamente desse órgão, mas o fato de ele existir, isto é, de ele se somar a outros tantos órgãos públicos, não sei quantos, todos dedicados a melhoria das condições locais, seja quanto à produção, à melhoria do produto, à saúde do trabalhador, à segurança da população, à educação, etc. etc.

É bem provável que o leitor ainda não tenha entendido a minha intenção, ou perplexidade, até aqui, falando sobre a divulgação das ações de um órgão público. Então, vou ser mais explícito: se um chinês, um tailandês ou um inglês fizerem um levantamento de todos os órgãos públicos, municipais, estaduais e federais, dedicados à melhoria das condições da economia e da vida da população, no Vale do Ribeira de Iguape, eles simplesmente ficarão estupefatos diante das estatísticas negativas da mesma região. Como é que, perguntarão, sendo servidos por tantos e tão eficientes (pelo menos pelas notícias divulgadas) órgãos públicos, o Vale do Ribeira de Iguape apresenta indicativos socioeconômicos tão pífios?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

FESTIVAL CULTURAL E GASTRONÔMICO EM JUQUIÁ


Delicias da gastronomia regional foram saboreadas no domingo (11/11) durante o Festival Cultural e Gastronômico realizado no pesqueiro “Colônia Santo” (SAKURA), em Juquiá. O evento faz parte do treinamento do Programa de Turismo Rural do SENAR – SP que é realizado em parceria com o Sindicato Rural de Juquiá e Prefeitura Municipal, através do departamento de Agricultura e do Turismo.

Neste ano, o festival teve como tema “A Amazônia do Vale” já que os participantes do curso identificaram o clima do município com aquele da região amazônica. Além do mais, muitos dos cultivos agrícolas, que são encontrados no norte do país como o maná, cupuaçu e muitos outros também podem ser encontrados no Vale do Ribeira.

“Na gastronomia, tivemos pratos com palmito pupunha, tilápia, banana e suco de cupuaçu. Vários empresários do ramo alimentício saborearam as iguarias feitas pelos alunos do programa. Espera- se que esses pratos sejam introduzidos nos restaurantes locais” - disse o Presidente do Sindicato Rural de Juquiá, Fernando Malusardi.

O curso iniciou-se em março e os participantes aprenderam gestão do empreendimento de turismo rural, meios de hospedagem, meios de alimentação, levantamento da história e cultura do bairro e do município. “O aprendizado foi sendo realizado e o festival construído. O resultado apresentado foi surpreendente”, concluí a Chefe da Divisão de Turismo, Natacha Vieira de Sousa.

 

Cananéia na Revista “Pesca & Companhia”


Uma das revistas mais conceituadas do País no segmento de pesca, a Pesca & Companhia, dedicou sete páginas de sua última edição, do mês de novembro, para divulgar as belezas naturais do Município de Cananéia. Com a manchete ‘Cananeia: sempre uma boa opção’, a matéria assinada pelo editor especial, Pepe Mélega, aponta o primeiro povoado do Brasil como uma das melhores opções do País para a pescaria, principalmente da espécie robalo. Mas, durante a reportagem, a equipe foi surpreendida com a fartura de outros tipos de peixe que pescaram como: badejo de areia, carapitanga, caranhas, pescada-amarela e garoupa.

 

COMENTÁRIO: Os iguapenses costumam “zoar” com Cananeia, insinuando seu atraso, falando mesmo em “fim do mundo”, etc. Nesse ponto, há até um fenômeno interessante: mesmo os iguapenses que sempre vão a Cananeia degustar um bom prato de camarão, costumam fazer essas piadas. Será que no fundo há uma ponta de inveja? Historicamente, Iguape disputa com Cananeia a fundação pelo famoso e, mais que famoso, lendário, Bacharel. Mas esse é um domínio dos historiadores. Por outro lado, existe uma polêmica pessoal entre um cananeense e um iguapense, sobre a autoria de um vocabulário caiçara. Parece, então que, no fundo, nessas brincadeiras com o presumido atraso de Cananeia, há um pouco de inveja de alguns iguapenses com falta de assunto humorístico. Será?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

2014 E O TURISMO, NO VALE DO RIBEIRA


O Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Cananéia, em consonância com a CONSAD e o SEBRAE-SP/Escritório Regional do Vale do Ribeira, convidou, recentemente, todos os empresários e gestores de empreendimentos em atrativos turísticos naturais e culturais, os proprietários de hotéis, pousadas, flats, restaurantes e outras empresas ligadas à alimentação fora do lar, para participar da Reunião de Apresentação do Projeto Circuito Turístico do Vale do Ribeira, com vistas ao Mundial de 2014. Estão convidados, também, pessoas e empresas ligadas à produção cultural, seja de shows, teatro, exposições, música, folclore, artesanato, etc.

Não há dúvida de que a iniciativa é muito boa, mas, por outro lado, ela revela a fraqueza da economia, como um todo, do Vale do Ribeira. Um setor econômico dinâmico, em qualquer lugar do mundo, não ficaria à mercê das entidades governamentais, para tomar medidas necessárias, quando houvesse oportunidade para isso. Pelo contrário, o que os empresários “fortes” fariam, em primeiro lugar, seria pedir às instâncias governamentais pertinentes, que “limpem o caminho” ou, até, que “saiam do caminho”, isto é, que façam o máximo para não atrapalhar suas iniciativas.  

Quem teve o desgosto de enfrentar os guichês burocráticos para montar uma empresa, alterar nomes, fazer fusões, etc., no Brasil, sabe o quanto isso custa à paciência do empresário. Os homens do governo, assim como todos os empreendedores que já atingiram certo nível econômico, quando precisam fazer esse circuito labiríntico da burocracia, de modo geral, usam seus secretários e escritórios especializados, por isso não tomam conhecimento das dificuldades que ali existem. O único lado fácil da burocracia é a fiscalização. Aqui eles são rápidos, eficientes, diretos.

Não quero dizer, com isso, que o empresariado do Vale do Ribeira não chega ao dinamismo existente nas áreas desenvolvidas do Estado de São Paulo, por conta do enrosco burocrático, porque este desserve a todos. Mas isso também ajuda a manter o baixo perfil da economia, não só de nossa região, como de muitas outras regiões de todo o Brasil. E eu percebo que há poucas medidas que protejam o empresariado do aranzel fiscalizador do Governo. Há muitos anos, criou-se um Ministério da Desburocratização. Mas ele não seguiu adiante: foi devorado pelo Monstro da Burocracia.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Agente Difusor da Educação Patrimonial


        Já faz algum tempo que recebi essa informação da Prefeitura de Cananeia, mas não custa publicá-la, agora, ainda mais que logo vamos começar uma nova legislatura, em todas as prefeituras brasileiras. Naturalmente se presume que os planos aqui expostos continuarão a vigorar, no período legislativo que recomeçará em 1º. de janeiro próximo.

        Trata-se da capacitação de pessoas para “desenvolver competências relativas à difusão dos valores da preservação do Meio Ambiente Histórico e Educação Patrimonial às comunidades e/ou profissionais em áreas de preservação e restauro”. Como se vê, isso é extremamente importante para cidades históricas, ainda mais aquelas localizadas em área de preservação ambiental.

        Vejamos a sequência da informação:

A Prefeitura de Cananéia, por meio do Departamento de Cultura, está desenvolvendo um grande trabalho para a preservação histórica e cultural da cidade. Em parceria com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), 13 profissionais de diversos segmentos estão participando do curso de especialização profissional de Agente Difusor da Educação Patrimonial.

O professor e arquiteto especialista em Patrimônio Cultural, Everaldo Cristiano da Silva, explicou a proposta do curso: “Todos os participantes terão um papel fundamental para a preservação do meio cultural, o que vai contribuir muito no reforço da própria identidade da Cidade. Os novos agentes poderão contribuir com o trabalho de educação nas escolas para que a preservação da cultura local faça parte do processo de formação educacional da população”.

Dois exemplos de patrimônio imaterial presente na cultura de Cananéia são a cataia e o fandango. Segundo o Professor Everaldo, tanto a utilização da planta, quanto a dança popular são tradições que devem ser preservadas porque fazem parte da cultura local. “É necessário que haja pessoas que colaborem na preservação desta cultura. Por este motivo, os participantes desse curso terão um papel fundamental para a sociedade local”.

        Todos os participantes receberão certificado de Agente Difusor da Educação Patrimonial, reconhecido pelo SENAI, com o qual foi feita a parceria. A partir dessa iniciativa, haverá a criação do Conselho Municipal de Cultura, Conselho Municipal de Política Cultural, Conferência Municipal de Cultura e Plano Municipal de Cultura.

 

NB. A notícia está um pouco atrasada, mas isso não lhe diminui a importância. O agente difusor da Educação Patrimonial é um complemento imprescindível para o Tombamento dos Bens Patrimoniais das cidades históricas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Museu Municipal de Cananéia


 

Após nove meses em reforma, o Centro de Exposições de Cananeia, localizado no Centro Histórico da cidade, foi transformado, no último dia 10 do corrente mês, em Museu Histórico Artístico Victor Sadowski. Com uma nova estruturação, o Museu passa a ser um espaço para expor de forma mais objetiva, moderna e didática, temas sobre a cronologia de ocupação da região.

A inauguração oficial, no dia 09, contou com a presença do prefeito Adriano Cesar Dias, da primeira dama Luciana André Jordão Dias, da vice-prefeita e “madrinha” do projeto Maria Rita Basso, vereadores, diretores dos departamentos municipais e de escolas, autoridades locais, comerciantes, lideranças de bairro, simpatizantes do projeto e moradores da cidade.

A criação do Museu foi um trabalho longo de pesquisa, estudo e trabalho. Guilherme Werneck e Antônio Carlos Rodrigues (Tuneu) – idealizadores e gestores da instituição – assinalaram que esse é um projeto-piloto, inaugurando a 1º fase de um projeto maior de readequação e reestruturação do Museu: “O Museu atualmente, além de informar, passa a interagir com a comunidade e seus visitantes, a partir de ações educativas, contextualizando as questões históricas com o acervo permanente e exposições itinerantes, que acontecerão na sala de exposição J. Leandro Sobrinho”. O Museu foi inaugurado com a exposição do gravurista e artista plástico Marcelo Grassmann.

O próximo passo é inserir o Museu Histórico Artístico Victor Sadowski no Sistema Estadual de Museus (SISEM), que possibilitará vistorias, avaliações e apoio técnico para o seu desenvolvimento. A regulamentação e criação de seu estatuto – com criação de CNPJ – tornando o Museu uma instituição de fato. Vale lembrar que o Museu já está devidamente oficializado através da Lei Municipal N° 2160/2012.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CANANEIA – SAÚDE DA FAMÍLIA


Estratégia Saúde da Família promove ações de saúde na

              E.E. Yolanda Araújo Silva Paiva

Para reforçar a prevenção de saúde dos alunos do Município, a Prefeitura de Cananeia realizou, hoje, às 9,00 horas, ações com esse objetivo, na Escola Estadual Yolanda Araújo Silva Paiva. A iniciativa faz parte do Programa Saúde na Escola. Cerca de 20 profissionais da Estratégia Saúde da Família irão atualizar a carteira de vacinação dos alunos, realizar avaliação de pediculose, exame bucal, além de palestras sobre Pediculose, Escabiose, e Hepatites Virais.

       O objetivo da ação visa atender aproximadamente 400 estudantes entre a 5ª série do ensino fundamental e o 3º ano do ensino médio dos turnos da manhã e tarde. Entrarão em ação médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, dentista e auxiliar de saúde bucal.

        De acordo com a coordenadora municipal da Estratégia Saúde da Família, Giovana M. Oliveira, a iniciativa tem como finalidade a cura e a prevenção dos problemas de saúde entre crianças e jovens. Os temas das palestras foram selecionados justamente para trabalhar a prevenção de hepatite, escabiose e pediculose. Os dentistas da rede municipal também farão uma avaliação de saúde bucal em todos os alunos e todos serão vacinados contra hepatite.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

HIDRELÉTRICAS NO VALE DO RIBEIRA


É incrível como as coisas caminham em ziguezague, no Brasil. Mais incrível, ainda, é quando essas coisas acontecem no Vale do Ribeira. Quando se pensa em fazer alguma coisa importante, neste pedaço do estado de São Paulo, que parece ter sido esquecido pela Divindade, aparecem tantos empecilhos que tudo volta atrás, ou é esquecido. São tantas as interferências, de pessoas, de grupos organizados dos quais nunca se ouviu falar antes, que a gente desiste de acompanhar os debates, que se desenrolam por semanas, meses, até anos.

        A participação do povo, na decisão sobre projetos que atingem uma vasta região e numerosa população é importante, mas o que aparece, nessas interferências não é o homem comum, o cidadão desvinculado de interesses ou grupos políticos, mas grupos aguerridos, com ideologia própria e vínculos partidários. Está claro que é inevitável que haja alguma ideologia ou posição antecipada dos participantes, mas se isso for predominante, numa assembleia, ela não caminha, ninguém fica convencido de nada, porque não se ouvem argumentos, mas debates vazios de conteúdo, por força das posições inarredáveis.  

        Há anos atrás, comecei a seguir as discussões que aconteceram em vários fóruns populares, a respeito do projeto de uma usina que se pretendia construir em Tijuco Alto. Com o passar dos dias, e com a pletora dos textos do noticiário, acabei me perdendo e desisti de continuar me informando a respeito. O que ficou bem claro, para mim, é que um pretenso prejuízo para o povo não seria aceito, em proveito de uma empresa rica. Quer dizer, trocando em miúdos: em vez de uma discussão sobre as vantagens e desvantagem de uma hidrelétrica, o que estava em debate era a eterna luta da pobreza contra a riqueza, do socialismo (ou comunismo) contra o capitalismo.

        Tantos anos passados, não sei mais em que pé ficou a discussão, nem quero retomá-la, aqui, porque o espaço não é suficiente, nem nosso tempo é o bastante, para uma dedicação a esses quilométricos debates. De qualquer maneira, gostaria de lembrar alguns lances desse processo, apenas como uma aula de como as coisas caminham, ou melhor, não caminham, no Brasil, e caminham menos em nosso pobre Vale do Ribeira. Para isso darei apenas algumas pistas, como relação ao tempo que se perdeu, no vai-e-vem do papo furado e das encrencas burocráticas.  

        Em primeiro lugar, uma notícia sobre o que é o projeto, tal como foi exposto na imprensa:

 

O projeto de Tijuco Alto e seu histórico

 

A Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto (UHE Tijuco Alto) é um empreendimento planejado pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), uma das empresas do Grupo Votorantim, para aumentar a oferta de energia elétrica para seu complexo metalúrgico localizado na cidade de Alumínio, antiga Mairinque, no interior de São Paulo. A localização da UHE Tijuco Alto está prevista para o alto curso do rio Ribeira de Iguape, na divisa dos Estados de São Paulo e Paraná, cerca de 10 quilômetros a montante da cidade de Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR), e a aproximadamente 333 km de sua foz, no complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá.

Para se realizar a construção de uma UHE é necessário que o projeto da barragem obtenha uma licença ambiental concedida pelo órgão ambiental responsável. Para tanto, o realizador do projeto precisa apresentar um estudo do impacto ambiental que o empreendimento poderá causar na área em que pretende ser construído.

 

         Agora os primeiros episódios da “comédia”:

 

Cronologia do projeto e licenciamento de Tijuco Alto

 

:: Década de 1950 - Departamento de Águas e Energia Elétrica de SP (DAEE) elaborou projeto básico para aproveitamento hidrelétrico em Eldorado.

 

:: 1965 - Estudo realizado pelas consultoras Cobasf e Conanbra aponta possibilidade de quatro barramentos no rio: Mato Preto, Tijuco, Descalvado e Eldorado.

 

:: 1974 - O DAEE obtém  concessão para obras de captação, derivação e regularização do Ribeira de Iguape no trecho entre o ribeirão dos Pilões e o rio Juquiá.

 

        COMENTÁRIO: Vamos parar por aí. Levaram 24 anos para uma concessão ao DAEE, imagine-se o resto. Tentei seguir o rastro dessa burocratice e o “patriotismo” de alguns grupos organizados, que lutam contra as barragens no Vale do Ribeira, mas a vida é curta demais, para que a gente se perca nesses meandros. O que eu queria deixar claro, aqui, é que o desperdício de tempo em guichês burocráticos e as discussões sem sentido, ou melhor, com sentido equivocado sobre o que nos interessa, são os sustentáculos de nosso atraso.  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CANANÉIAS


Há muitos anos, recebi por e-mail, de Edgar Jaci Teixeira, um “Pequeno Dicionário de Vocábulos e Expressões Cananeias”. Na época, ele estava numa espécie de litígio com Paulo Fortes, que publicara um dicionário semelhante. Não sei em que deu a pendenga, mas acho bom não esquecermos esse intelectual cananeense, pela sua luta para a preservação da memória da mais antiga cidade do Estado de São Paulo. Abaixo vão alguns curiosos verbetes do Dicionário:

 

A BRINQUE - ( loc. adv. ) - de brincadeira; sem valer nada.

“Vamo jogá bolinha de vidro, mas é a brinque, heim.“

A GARNÉ - (loc. adv.) - a granel, a rodo; em grande quantidade; de montão; “Dessa fruitinha tem a garné, tem a rodo.“

A MóDE -(adv.) - como; igualmente, tal como;

“ troxe arguma coisa a mode assim de um cestinho ”

A MóDE QUE - (conj.) - como se; talvez; de modo que; de maneira que;

“Tá juntando as tralha tudo a mode que vai simbora de veiz.”

A MUQUE - (loc. adv.) - com a força dos braços e das mãos; à força bruta.

“a mandioca, a tár da rama que dizem né, a gente ranca a muque e cavoca c’a chibanca“.

A PODER DE - ( loc. prep.) – ( a podê de ) ; às custas de, com o auxílio de;

“faiz vinte ano que tô criando meus filho tudo só a podê de roça, vivendo só de roça.“

À RODA DE - (loc. prep.) - durante; do começo ao fim; através de;

“pesco de dia, pesco de noite, o que sim que pesco à roda do mês tudo.“

A SAL PRESO - (loc. adv.) – (a sár preso); estado da carne ou peixe salgada, para conservação por algum tempo, sem ser levada ao sol.

“pexe a sár preso hái ainda munto na gamela?“

A SEJA - (interj.) - ora seja; que pena. “A seja desse criança doentinha assim.“

ABANAR - (v.t.) – (abaná); refrescar movendo alguma coisa à moda de um abano: “abane c’a tampa da panela ou c’o chapéu quele esfria.“

ABANCÁ(R) - (v.t.) – (abancá); instalar-se com o intuito de permanecer longamente. “Abancô-se lá e não tem quem tire ele do lugar.“

ABERICó - (s.m.) - mesmo que abricó; fruta.

ABóBRA - (s.f.) - abóbora.

ABOLETÁ(R)- (v.t. ) – alojar-se; apropriar-se.“Se aboletô de tudo prá ele.“

ABORRIDO - ( adj. ) - triste; aborrecido; zangado; melancólico; aperreado. “Não vão bulí cum ele, que ele tá aburrido hoje.“

ABRACÁ(R) - (v.t.d.) – ( abracá ); mesmo que abraçar, monopolizar.

“Tá querendo abracá o mundo c’as pernas.”

ABRIMENTO - (s.m.) - abertura; abrimento de boca; termo também usado na festa de São João, como “Abrimento do Império.“

 

Pesquisado e recolhido por Edgar Jaci Teixeira –

CANANÉIA –SP Fone ( 0xx13 ) 6851-1167

Fax 6851-1345 E-Mail : ejaci@uol.com.br

sábado, 3 de novembro de 2012

JUQUIÁ: Oficina de Cinema ensinará a produzir filmes com celulares


Aula acontecerá no dia 28/11 a partir das 18 horas

 

A oficina “Projeto Dogma – mais próximo do cinema cru” tem como objetivo a aproximação do público com o universo do cinema. Serão apresentadas técnicas referentes à criação cinematográfica utilizando o conceito “Dogma” para que, por meio de aparelhos celulares, os participantes realizem um curta-metragem em plano-sequência, sem cortes e sem o auxílio de edição. O curta terá de 5 a 10 minutos e será totalmente produzido pelos participantes, desde a etapa do roteiro, criação, atuação, direção até a gravação.

A oficina que acontece no dia 28/11 das 18 às 22 horas oferece 30 vagas para interessados a partir de 14 anos. As inscrições começam no dia 05 e vão até 14 de novembro na Casa da Cultura “O Imigrante” – Rua 10 de Abril, s/n°, Centro.

 

Prefeitura Municipal de Juquiá

 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PV é o partido com mais vereadores eleitos em Cananéia


 

O eleitor cananeense renovou 55,5% da Câmara Municipal de Cananeia. Foram eleitos 5 novos vereadores e os outros 4 foram reeleitos. O partido que mais elegeu vereadores em Cananéia foi o Partido Verde (PV). Mesmo com apenas 6 candidatos, o partido ficou como o terceiro mais votado, num total de 973 votos, apenas 8,3% votos de diferença com o primeiro colocado, PSDB, com 12 candidatos e 1172 votos.

Além disso, o vereador mais votado da cidade foi Pedrinho do Bar, também do PV, que recebeu 372 votos. O segundo mais votado do partido foi Deca com 239 votos acompanhado de Roberto Takaki com 236 votos.  “Foi uma vitória inédita e histórica”, comentou o presidente do PV em Cananeia, Dr. Marcelo Rosa. O Partido pretende, daqui para frente, aproveitar o momento para angariar parcerias junto à regional Bacia 9 (Baixada Santista), mais visibilidade para a nossa região do Vale do Ribeira e a integração entre os PV’s dos municípios vizinhos como Iguape, Pariquera-Açu e Registro. Registro teve um vereador do partido eleito, Marcelo Cameron Banespa, com 493 votos.

PV em Cananeia – O Partido Verde em Cananeia nunca foi tão atuante como neste ano de 2012. Com uma nova organização, as reuniões para estabelecer as metas e planejamento do partido começaram no inicio do ano, com uma equipe de “peso”. Entre eles, os atuais eleitos a vereador, João Roberto Vilain como assessor de assuntos jurídicos, Joelma Alves e Juliana dos Reis representando as mulheres de Cananéia, Vinícius Nepomuceno como vice-presidente e Dr. Marcelo Rosa como presidente.

 

COMENTÁRIO:

        Em outro local, eu já estranhava que o Vale do Ribeira, com imensa área de preservação (Mata Atlântica e Lagamar) não tinha nenhum político eleito pelo PV. Agora Cananeia saiu na frente, para dar o bom exemplo aos outros, outros eleitores, quero dizer, porque os políticos não são culpados por nada que acontece, mas sim os eleitores, os responsáveis pela sua eleição. Políticos há bons e maus, de partidos os mais variados, o responsável pela ascensão ou queda deles (dos políticos) é o eleitor.

        Em Iguape, se perguntarem aos eleitores quem foi o candidato a vereador pelo PV, ninguém vai saber responder por que ele perdeu feio e ninguém se preocupa com os perdedores.
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