Um dos traços mais visíveis da
desatualização dos habitantes do Vale do Ribeira com a modernidade é sua
aparente indiferença com a Ecologia. Estamos mergulhados na Mata Atlântica, mas
isso não tem alterado os hábitos locais, a não ser no quesito “reivindicação”,
quando se procuram os órgãos estaduais ou federais, para reclamar contra o “arbítrio”
de uma demarcação, ou de uma proibição quanto a hábitos centenários de destruição
da fauna local.
A proibição da pesca na época da desova dos peixes só começou a funcionar quando o Governo (leia-se: toda a sociedade) se dispôs a pagar pelos meses em que o pescador deixava de exercer sua função (defeso), como se isso (a proibição da pesca) não fosse um ato de proteção, que preservaria a própria fauna aquática, em benefício do pescador. Além da estranheza desse fato, ainda tem-se que tolerar os abusos contra a Lei, com o pagamento de defeso a pessoas que nunca puseram a mão numa rede de pescar. Quem tem boa memória deve lembrar a dificuldade que tiveram os técnicos da pescaria em convencer os pescadores de que os peixes não se reproduzem de maneira infinita, e que se a fauna não for preservada, mais cedo ou mais tarde, eles diminuirão em quantidade. Lembro do ceticismo de muitos pescadores veteranos: “Isso é bobagem, os peixes vêm do mar e nunca acabarão!”
A proibição da pesca na época da desova dos peixes só começou a funcionar quando o Governo (leia-se: toda a sociedade) se dispôs a pagar pelos meses em que o pescador deixava de exercer sua função (defeso), como se isso (a proibição da pesca) não fosse um ato de proteção, que preservaria a própria fauna aquática, em benefício do pescador. Além da estranheza desse fato, ainda tem-se que tolerar os abusos contra a Lei, com o pagamento de defeso a pessoas que nunca puseram a mão numa rede de pescar. Quem tem boa memória deve lembrar a dificuldade que tiveram os técnicos da pescaria em convencer os pescadores de que os peixes não se reproduzem de maneira infinita, e que se a fauna não for preservada, mais cedo ou mais tarde, eles diminuirão em quantidade. Lembro do ceticismo de muitos pescadores veteranos: “Isso é bobagem, os peixes vêm do mar e nunca acabarão!”
Por todos esses fatos, é
auspicioso ler uma notícia como a que vai abaixo:
Cananéia realiza a VIII Semana Municipal
pela Conservação dos Manguezais
A Prefeitura de Cananéia, através
do Departamento Municipal de Meio Ambiente (Rogério José de Sena e Mayra
Jankowsky) e do Departamento de Planejamento, juntamente com o Instituto de
Pesquisas Cananéia (IPEC) realizarão entre os dias 24 a 30 de novembro a VIII
Semana Municipal pela Conservação dos Manguezais. O evento tem como parceira a
Sabesp.
Entre as atividades previstas
estão o mutirão de limpeza nos Manguezais, com a participação dos estudantes da
rede estadual de ensino, no dia 24; a construção coletiva do Biomapa Manguezal
e discussão sobre a conservação dos manguezais, junto aos estudantes da Escola
Estadual do Bairro Cubatão, no dia 26; acordo sobre a destinação de resíduos de
pesca no Centro Comunitário de Cananeia, no dia 27; encerramento, feira de
trocas e exibição dos Vídeos da Mostra
Manguezal na Escola Estadual do Bairro Cubatão, no dia 30. As inscrições
para o mutirão devem ser feitas no Ipec ou na Escola Estadual do Bairro Cubatão
até o dia 23. As inscrições para os vídeos deverão ser realizadas no
Departamento de Planejamento também até o dia 28.
Conquistas da Semana dos
Manguezais em Cananéia – as ações de conservação dos manguezais surgiram com o “Projeto
Manguezal Ativo” no ano de 2002, por meio de um grupo da sociedade civil
reunido através do Fórum DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
de Cananéia, que tinha como objetivo instaurar o Programa Comunidade Ativa em
nossa cidade. A escolha do referido projeto deveu-se à necessidade da
conservação de um Patrimônio Natural da Humanidade, que é o Complexo
Estuarino-Lagunar, onde se insere a totalidade dos manguezais do município de
Cananeia.
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