segunda-feira, 19 de novembro de 2012

MÃO-DE-OBRA DESPERDIÇADA


         As empresas de telemarketing, de São Paulo, Rio de Janeiro, etc. estão migrando para o Nordeste, em busca de mão-de-obra farta e barata. Essa é uma tendência moderna que está dando certo em toda parte. Os EUA há muitos anos utilizam mão-de-obra indiana, tailandesa, etc. para esse tipo de trabalho, que não exige proximidade nem com o freguês, nem com a fábrica do produto. Mas, por que os EUA não usam, ou usam pouco, o Brasil, para fazer isso? E chegando mais perto, porque as empresas de São Paulo e Rio de Janeiro não utilizam a mão-de-obra disponível no Vale do Ribeira? Não seria uma boa opção, para eles e para nós?

           A resposta para as duas perguntas é: “seria, se não fosse....” Aí é que está o busílis da questão. O “caso” do Brasil, já é conhecido: burocracia, impostos, legislação trabalhista, e, ainda, como todos estão carecas de saber, a corrupção, em todos os escalões do serviço público, como ficou escancarado, agora, com o julgamento do “Mensalão”. O caso do Vale do Ribeira é complexo, como é complexa a composição social, administrativa e econômica do Vale. Seria muita pretensão tentar uma análise sócio-político-econômica, assim, de improviso, sem um longo estudo prévio dos dados, uma meticulosa pesquisa social, e uma base teórica vasada em dados comparativos, geográficos e históricos.   

            Entretanto, sem entrar em detalhes, os resultados que podem se perceber da atuação da administração pública nos municípios do Vale, dão uma pista de nossos problemas. Engana-se aquele que pensar, assim, de supetão, que estou acusando o serviço público municipal do Vale, os seus políticos eleitos, em suma, de ineficientes. Ao contrário, estou querendo dizer é que o próprio serviço público, os políticos, mesmo sem considerar sua competência ou falta de, encontram uma enorme dificuldade em lidar com o povo, com seus desmandos, o despreparo de muitos, a falta de cidadania de tantos outros, enfim, a inexistência de um elo de boa vontade, que ligasse o cidadão aos seus dirigentes político-administrativos. O assunto não fica por aqui, mas é muito extenso e complexo para apenas um artigo. Voltaremos a ele, por um ou outro meio, como já estamos fazendo pela exposição crítica do noticiário local.  

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