quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BOLSA FAMÍLIA: REALIDADE E FALÁCIAS



NOTÍCIA: “Lançado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 20 de outubro de 2003, o Bolsa Família que beneficia famílias com renda mensal de até R$ 140 por pessoa – completa dez anos como o principal programa de seguridade social do País. De acordo com os dados do governo federal, o Bolsa Família contempla 13,8 milhões de pessoas, e já tirou 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema”.

Vamos por parte: em primeiro lugar, é bom refrescar a memória:  

Bolsa Escola é um programa brasileiro de transferência de renda com condicionalidades. Foi idealizado originalmente em proposta realizada por Cristovam Buarque enquanto reitor e professor da UnB no ano de 1986, cujo objetivo era pagar uma bolsa às famílias de jovens e crianças de baixa renda como estímulo para que essas frequentassem a escola regularmente.

Foi implantado em janeiro de 1995 em Campinas, seguindo a própria proposta de Cristovam Buarque 1, durante o governo do prefeito José Roberto Magalhães Teixeira / PSDB. Posteriormente, com um diferença de apenas 5 dias, foi implantado em Brasília pelo Governo do Distrito Federal, então chefiado por Cristóvão Buarque / PT. A lei de Campinas foi aprovada na Câmara Municipal em 6 de janeiro de 1995 e regulamentada em 18 de abril, quando os primeiros benefícios começaram a ser pagos. Já em Brasília, o decreto foi assinado em 11 de janeiro de 1995 e os primeiros benefícios começaram a ser pagos em maio. Finalmente, o Bolsa Escola federal foi implementado em 2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Chegou a beneficiar mais de 5 milhões de famílias em todo o Brasil quando, em 2003, foi incorporado ao Programa Bolsa Família pelo presidente Lula.

COMENTÁRIO

Está claro que a “incorporação” do programa bolsa escola, um modo de dizer “mudança de nome”, ou reinvenção de alguma coisa, como se fosse original, foi importante. Agora, dizer que já “tirou 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema” é uma afirmação que merece reticências. Se “tirou” da pobreza extrema, porque elas continuam a receber a bolsa? Quando se diz que a pessoa saiu da miséria, das duas uma: ou ela recebeu uma herança ou arranjou um emprego. Se continua a receber uma ajuda do governo é porque ainda continua na pobreza.

O que a notícia não diz é que a continuidade do programa de ajuda à pobreza foi um belo ardil do Governo Lula para ganhar eleições. Não que ajudar aos pobres seja um mau passo, mas ajudá-lo parcialmente, sem fazer o necessário para tirá-lo dessa dependência, é apenas uma maneira de manter uma clientela cativa para a manutenção do poder. Em toda eleição, os petistas ameaçam os pobres com a calúnia de que os “inimigos” vão acabar com o programa da bolsa-família. Isso ocorre em nível federal, estadual e municipal.


Mas há outros problemas pouco comentados a respeito. Muitos beneficiários da Bolsa, quando arranjam emprego, não querem ser registrados, para não perder a “boquinha”. Em segundo lugar, não há sequer uma forma de controlar, quem precisa e quem não precisa da bolsa. É tudo uma questão de contar com um bom padrinho, em nível municipal, para garantir a continuidade do recebimento. De todo modo, parece que não existe, por parte do governo federal, qualquer atitude positiva para acabar com a miséria, pois toda ênfase é dada no sentido de manter sua clientela eleitoral. 

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