quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Nota da CNBB sobre o julgamento das condicionantes da Terra Indígena Raposa Serra do Sol





As populações indígenas do Brasil vivem a expectativa do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal-STF, dos embargos declaratórios que questionam as 19 Condicionantes fixadas na decisão da Petição 3388/RR que, em 2009, declarou constitucional a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em favor das etnias Macuxi, Wapichana, Taurepang, Patamona e Ingaricó.

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília, se une aos povos indígenas e manifesta sua confiança numa decisão, por parte da Suprema Corte, que lhes seja favorável. É urgente confirmar a disposição do Estado brasileiro em pagar definitivamente a histórica dívida com os indígenas, acumulada ao longo dos séculos.

O STF, quando provocado, tem reconhecido e consolidado os direitos indígenas, dando segurança jurídica nos processos de demarcação e delimitação promovidos pelo Poder Executivo. Decisões importantes têm posto fim aos conflitos e garantido a paz social como o julgamento da Petição 3388/RR.

Lamentamos as insistentes iniciativas legislativas e administrativas, que ameaçam os direitos territoriais destes povos, estabelecidos na Constituição Brasileira. A efetivação do seu direito às terras tradicionais e o respeito à sua cultura são condição essencial para que vivam com dignidade e em paz


COMENTÁRIOS:
1 – Se não me engano, antes do descobrimento, os índios só ficavam numa região até que se esgotassem seus recursos, ou fossem expulsos por outras tribos. Não havia entre eles o conceito de propriedade, o que lhes foi incutido pela “catequese” capitalista, a partir do século XIX.
2 – É justo que a Igreja Católica, num gesto de solidariedade, defenda o direito indígena à sua terra, mas falar em “dívida histórica” é “forçar a barra”. Os missionários católicos exploraram os índios em suas “missões” e nem por isso se dispõem a uma indenização correspondente. Cada geração é responsável pelos seus pecados e dívidas, e não tem sentido que os pósteros assumam responsabilidade pelos seus antepassados. Dívidas não são hereditárias.  
3 – Os “brancos” de hoje, foram os “índios” de ontem. Por que devemos manter os indígenas em seu atraso cultural, quando se sabe que eles são iguais a nós? As “reservas” indígenas me parecem mais “parques de preservação ambiental”, nos quais os índios permanecem como se fosse animais inassimiláveis pela civilização.
NB. Bem, tudo isso são considerações sem aprofundamento antropológico. E por falar em “antropológico”, será que a “questão indígena” não é um pretexto para a valorização da profissão do antropólogo? E será que os bispos também não estão “pegando carona” nesse assunto tão complexo

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