“Moradores do Vale do Ribeira
fazem protesto e bloqueiam rodovia”, a notícia que publicamos, vinda pelo Portal
do Vale do Ribeira, merece alguns comentários, já que estamos nos dedicando a estudar
o “drama” do Vale do Ribeira. Esse movimento contra as barragens não é de hoje,
tanto que pensei que tivesse sido deixado de lado, já que nunca mais ouvi falar
na construção da famosa usina de Tijuco Alto. Pra falar a verdade, nem sei
se a Votorantim ainda mantém algum interesse nesse assunto. Como não ouvi nem
li nada nesse sentido, estranhei o “protesto”.
Estranhei, mas me interessei por
ele. O Brasil, e mais ainda o Vale do Ribeira, estão com tantos problemas que
protestos a respeito nunca são demais. Entretanto, como o leitor que está
acompanhando minhas crônicas deve saber, a construção de uma hidrelétrica no
Rio Ribeira não chega a ser problema, comparada com as agruras econômicas dos
habitantes do Vale, que temos analisado a partir daquilo que se “mostra” nas
estatísticas e no noticiário. Houve uma intensa argumentação em torno do “impacto”
dessa construção, nas suas imediações, mas o que dizer do “impacto permanente”
da pobreza, em todo o Vale?
Ainda hoje, aqui em Iguape, passei
ao lado do antigo prédio da “Única”, armazém que já pertenceu às Indústrias
Francisco Matarazzo, de longa história, em nosso estado. Vendo aquele prédio
abandonado, em ruínas, lembrei do KKKK, prédio de uma empresa japonesa, de
Registro, hoje transformada num Cetro Cultural. Em Iguape, há vários antigos prédios
nessa situação de ruína, sem que nenhuma autoridade tenha a iniciativa de
aproveitá-los em benefício da população.
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