segunda-feira, 18 de março de 2013

RETOMANDO VELHOS PROBLEMAS DO VALE


          Um problema só deixa de existir quando resolvido. Esquecido, posto de lado, ele continua vivo, exigindo soluções. É comum, na política, pelo menos na política brasileira, “ir levando”, para que todos esqueçam aquilo que foi levantado como problema, sob o pretexto de que há outras coisas mais urgentes ou, então, escamoteando-os, na certeza de que o público está mais atento àquilo que aparece nos jornais no dia-a-dia, uma inauguração, uma comemoração, a repetição de velhos chavões.
          Como não podia deixar de ser, aqui no Vale do Ribeira se acumulam problemas que foram levantados, discutidos, mas esquecidos, pelo desleixo, pela dificuldade de se pensar a longo prazo, quando questões menores chamam a atenção da administração e, de certo modo, distraem a atenção do público. Elencamos abaixo alguns desses problemas, não com a esperança de vê-los resolvidos, a curto prazo, mas pensando que eles não podem se deixados de lado, pois não são supérfluos, mas fundamentais na vida da região:

FECHAMENTO DO VALO GRANDE – Tentado uma vez, de maneira imperfeita, com fechamento e abertura intempestiva, recomeçado, sob novo planejamento, emperrado, reclamado pela própria Justiça, está esperando solução.
          O Valo Grande aberto é o responsável pela escassez do pescado, em todo Lagamar, desde Iguape até Cananeia e além. Sem ele, esta região, já pobre em recursos, fica privada de um considerável potencial econômico. Fique bem claro que esta opinião não é minha, pois sou leigo no assunto, mas dos técnicos já largamente consultados.
PRESERVAÇÃO DO MEIO-AMBIENTE – O fechamento do Valo Grande é uma das providências que dizem respeito à preservação do meio-ambiente. Mas há outras que, por aquilo que se pode observar diretamente e com facilidade, como a devastação da mata ciliar, não parecem ter avançado um mínimo sequer. No meio desse problema, há a proibição da extração do palmito, pelo cidadão comum, mas permitido aos índios. No mínimo, isso é um paradoxo!
POLUIÇÃO DO RIO RIBEIRA – Há uma velha história de minas de chumbo, próximas à cabeceira do Rio Ribeira de Iguape, que se tornaram históricas, não só no fato em si, como no seu esquecimento. Sabe-se, com certeza, que ficaram resíduos, que muitos habitantes apresentavam sinais de contaminação física por eles, mas não vi nenhuma sequência dos estudos anteriores, que pusesse um ponto final nessa história. Não tenho nenhuma autoridade para emitir qualquer parecer técnico, mas já ouvi histórias sobre um produto da região que deixou de ser exportado, por estar contaminado. Outro fato que chama a atenção é a raridade de peixes, como bagre e mandi, tão fáceis de pescar em outras épocas (não é conversa de pescador, sou testemunha disso!).
POPULAÇÕES CARENTES – QUILOMBOLAS – Até quando essas populações deverão continuar carentes, a exigir medidas que resolvam seus problemas? Será que cabe ao poder público resolver as carências do povo ou sua obrigação é apenas criar condições para que elas assumam a direção de suas vidas? Uma vez tomadas essas providências, há algum controle ou acompanhamento, para ver se deram resultado? 

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