Abaixo,
o trecho de um artigo de Roberto Amaral, publicado na revista “Isto é” e a nós
repassado por amigos:
“Mas
as chamadas ‘elites’ brasileiras (o melhor termo é ainda ‘classes dominantes’)
não gostam do Mercosul; os EUA não gostam da ideia de nossa integração regional
(também não gostam da ideia de o país ter um programa espacial autônomo, também
não gostam da ideia de reequipamento de nossos forças armadas, também não
gostam de nossa presença no Conselho de Segurança da ONU, não gostam disso nem
daquilo; gostam dos negócios que começam a fazer na exploração do pré-sal,
diariamente denunciados pela Associação dos Engenheiros e Técnicos da Petrobras.
Eles não desistiram da Alca e tentam implantá-la sorvendo a sopa pelas bordas,
por meio de acordos biliterais com nossos vizinhos e agora pinçando-nos com a
Aliança do Pacífico...”
VAMOS
POR PARTES:
“Mas as chamadas ‘elites’
brasileiras” (o melhor termo é ainda ‘classes dominantes’)”.... “Chamadas” por
quem? Autointituladas? Rotuladas em função de regulamentos legais? Assim
denominadas pelo povo? Mas o povo tem linguagem própria, autogerada, ou
aprendeu-a na escola, com os pais, com os vizinhos? Enfim, o autor do artigo,
respeito lhe seja concedido, inventa um conceito ‘elites brasileiras” e, logo
após, embora não saibamos do que se trata, ele já lhes atribui um gosto ou modo
de ser “não gostam do Mercosul”. Não dá para entender. Eu sempre achei que os
negócios do Mercosul eram de grande porte, só empreendidos entre grandes
empresas, cujos donos, presumivelmente, não moram nas favelas, mas em
palacetes.
Então, quem são esses tais das elites, que não gostam dos próprios
negócios? “(o melhor termo é ainda ‘classes
dominantes’)” – Ah! As elites são as classes dominantes. As classes dominantes
que eu conheço, no momento, são os sindicalistas ligados ao PT. São eles que
estão ditando as Leis, no Brasil, ligados aos Sem-Terra (estes invadem
fazendas, destroem plantações, afinal, são inteiramente dominantes, pois nunca
vão para a cadeia por seus mal-feitos – como se dizia, antigamente, dos coronéis).
Outro grupo das classes dominantes são os índios, chamados na intimidade de “intocáveis”.
Ninguém pode bater num índio, expulsá-lo de uma fazenda invadida, a não ser por
ordem da Justiça, não antes de bagunçá-la. Enfim, a classe dominante tem muitas
ramificações, mas não é difícil de ser caracterizada: são aqueles que pouco
fazem, têm muitos privilégios (se bem que, às vezes, exageram um pouco, e são contidos,
como a turma do “mensalão”).
Enfim, o que eu queria
dizer é que o artigo em questão, onde se levantou o termo “classes dominantes” ou
“elites” tem muita coisa para se discutir, discordar ou concordar. Mas se ele
começa por essas vaguidades de “classes dominantes” dá um desânimo danado. Como
discutir sobre um estamento social mal caracterizado, mal definido? O autor não
“dá nome aos bois!”, mas apelidos provisórios, que, afinal, acabam definitivos,
depois que a gente embarcou na canoa dele. Assim não dá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário