Leio, no Blog do Josias, que a presidente aumentou seu
percentual de aprovação pública, de 30 para 36%. Quer dizer, por uma questão de
opinião, de passeatas, de notícias as mais diversas, o prestígio de um
governante (podem colocar aqui, presidentes, governadores, prefeitos, etc.) desce
e sobe, como se fosse uma ação, na Bolsa. E, afinal de contas, as eleições são
decididas em cima desse prestígio vacilante, como se a competência do político
pudesse ser medido pela percentagem de sua aprovação momentânea, pelo público
eleitor.
Esse é um dos problemas insolúveis da Política. Ninguém,
no mundo político, se elege pela sua competência, mas pelo seu prestígio. Para
entrar num emprego que exige competência, exige-se um concurso, um teste, uma
amostra de realizações anteriores, uma certificação, enfim, de que a pessoa está
apta para suas funções. Mas o prestígio não é função da competência, revelada
por atos passados? Que bom que assim fosse. Quem elege não é um perito nas
engrenagens da governabilidade, mas o homem do povo, que faz valer seu direito
de cidadão, escolhendo os administradores segundo sua opinião, que vacila pelo
contato com a propaganda, pelas amizades, pela esperança em ganhos pessoais, um
emprego, uma bolsa-família, uma Lei para sua categoria profissional.
Há alternativas para isso? Infelizmente, não! A
democracia foi uma invenção ou descoberta que não encontrou rival, no universo
do poder. Ficamos à mercê da casualidade que simpatias e prestígios dos
escolhidos para o poder coincidam para a sua própria competência. Quando isso dá
certo, vai tudo bem; quando não dá, pagamos o preço de nossas escolhas.
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