domingo, 13 de abril de 2014

CIDADES MARCADAS

  

                                        
                                               Reginaldo Fernandes - Jornalista

 
        A pobreza é o cartão de visita da maioria das pequenas cidades brasileiras, afastadas dos grandes centros geradores de desenvolvimento. Vivo essa realidade no dia a dia da bucólica Cananeia. Apesar dos recursos naturais, da proteção ambiental, da fartura do pescado, a pobreza, em todas as suas dimensões, não desgruda dos rostos dessa gente.

        E não existe caminho seguro para seguir. Quando o verão termina, os comerciantes do povoado sobrevivem às outras estações do ano daquilo que ganharam durante os meses quentes. É assim há séculos, como conta a história.

        Há séculos, Iguape e Cananeia não encontram caminhos para progredir! Tudo bem, é maravilhoso ir às cachoeiras que existem nas cercanias de Cananeia. Frequentar locais como o quiosque do Paulinho, que parece flutuar sobre o Lagamar; degustar porções saborosas e frescas de camarões, ostras e peixes, com o visitante se sentindo parte da Mata Atlântica.

        Passear de voadeira ou escuna nas praias do Pereirinha e Marujá, no Parque Estadual da Ilha do Cardoso e observar os golfinhos em seu ambiente natural.

        Toda essa beleza, esse berçário da humanidade não são suficientes para eliminar essa sensação de abandono.

        Não existe violência explícita, como nos grandes centros, mas as drogas estão viciando os mais jovens que, como seus antepassados, não tiveram muitas oportunidades.

        O futuro não existe para essa parcela da população, apesar das parabólicas, da internet e do Facebook.

Transcrito de publicação na TRIBUNA DE IGUAPE

 

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