Vamos prosseguir nesse tema, agora sem
numeração dos artigos, pois o assunto vai longe. O jornal a Folha Uol de hoje, 21/04/2014, dá uma
notícia triste sobre a cidade mineira Fortaleza de Minas:
“Com sua atividade
econômica completamente dependente da mineração, Fortaleza de Minas (MG) vive
um caos financeiro em 2014. A empresa Votorantim Metais anunciou a suspensão
temporária na sua unidade de extração de níquel, na cidade mineira”.
O que vemos aqui é um caso de “doença
econômica aguda”, tão ruim, mas diferente na sua manifestação, da “doença
econômica crônica” que ataca as cidades do Vale do Ribeira de Iguape. Na cidade
de Minas, estava-se acostumado à fartura que, de uma hora para outra acabou; na
maioria das cidades do Vale do Ribeira há dificuldades permanentes às quais os
habitantes parecem acostumados, mas que se refletem negativamente em dados
estatísticos e no comportamento de seus habitantes, uma mistura de resignação e
esperança num futuro incerto.
Há muitos anos, um sociólogo publicou
um estudo sobre o comportamento dos habitantes de uma cidade economicamente
carente, do Vale do Paraíba. Para um leigo, há certa dificuldade em fazer a
ligação entre uma coisa e outra, isto é, a pobreza coletiva e o comportamento
social. O fato é que tudo que acontece em nossa vida se reflete em nosso modo
de agir, só variando em intensidade, de pessoa a pessoa, dependendo do impacto
que isso tem em cada uma. De qualquer maneira, entre esses possíveis efeitos, há
aqueles que podem ser percebido no dia-a-dia dos cidadãos, como a resignação e
o conformismo de uns, e a revolta ou o mal-estar de outros.
Há muitas válvulas de escape, para
a manutenção do equilíbrio psicológico, nas pessoas atacadas por essas
indisposições. Uma delas é a eleição dos dirigentes, que acontece de tantos em
tantos anos. Nesses momentos, com seu título de eleitor nas mãos, o cidadão
caminha para as urnas como para um desabafo. Ele pode fazer isso com mais
facilidade do que falar mal dos dirigentes, em público, porque diante as urnas
o sigilo impede a retaliação. Mas é um pobre e inoperante desabafo: pouca coisa
vai mudar na cidade pobre, se ela não for bafejada por algum fato novo, porque
nenhum novo prefeito ou vereador vai fazer o famoso “milagre econômico”, que salve
a cidade de sua pasmaceira.
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