O CHEFE
Pg. 7 em diante
Aparentemente, só Miro (Teixeira –
ministro das comunicações) tomou a coisa a sério. A prova é a entrevista
concedida por ele em 24 de setembro de 2004 ao Jornal do Brasil, na qual
alardeou que havia pagamentos a parlamentares ligados à base de apoio do
governo. Não houve consequências. Miro, no entanto, já havia narrado o caso ao Presidente.
Aí é que a coisa pega. Foi em 25 de fevereiro de 2004. Na época, o deputado
Miro se transferira ao PT e assumira a liderança de Lula na Câmara. O episódio
aconteceu logo depois do escândalo que culminou com a saída de Waldomiro Diniz
do Ministério da Casa Civil, no primeiro grande caso de corrupção da era Lula.
Miro era assediado por deputados que
temiam pelo fim da “mesada” fornecida pelo governo, uma hipótese aventada com a
saída de Waldomiro. Afinal, o assessor de Dirceu cuidava justamente da relação
da administração federal com o Congresso. Miro foi duro. Disse ao presidente
que deixaria a liderança do governo. Não aceitava os pagamentos. Com ar de
surpresa, Lula garantiu desconhecer o assunto. Mas disse que iria discuti-lo,
sem falta, com Dirceu. Nada. Pouco mais de um mês depois, Miro voltou ao
Palácio do Planalto e pediu para sair da liderança.
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