Ontem, a Câmara dos Deputados decidiu manter o mandato
de um deputado condenado e já preso por roubar 8 milhões de reais dos cofres
públicos. Essa decisão insana nunca teria acontecido se os votos dos deputados
fossem públicos! Vamos fazer desta a última vez em que o sistema duvidoso de
votação secreta foi usado para resgatar um parlamentar corrupto!
COMENTÁRIO
Não vejo como aplaudir,
mas sim, como lamentar, este comunicado. Então é preciso que um deputado se
veja exposto, publicamente, para que possa votar com honestidade? O fato, aliás,
os fatos, em si, já são escabrosos. Primeiro um deputado roubar 8 milhões dos
cofres públicos! Segundo, ter seu mandado mantido. No primeiro caso, será que
esse político foi sempre uma pessoa certinha, correta, e, de repente, virou um
marginal? Duvido. Em segundo lugar, seus colegas mostraram que, se ninguém estiver olhando,
eles são capazes de qualquer coisa, inclusive roubar, já que não acham isso
imoral.
Mas eu continuo na minha
convicção: o verdadeiro culpado é o eleitor. Ingenuidade, ignorância não são
desculpas. Se não se julga capaz de escolher para um posto político alguém que
preste, não vote. O comparecimento às urnas é obrigatório, mas escolher um nome
para seu voto, não é. Mas, estou falando de um eleitor ideal. Já apontei, em
outro local, a origem da desonestidade entre os políticos: a desonestidade de
muitos eleitores. Nunca teremos um Parlamento honesto enquanto tivermos um povo
de comportamento ambíguo.
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