REINALDO
JOSÉ LOPES – JORNAL “FOLHA”
Análises de DNA estão ajudando a contar a história das
populações quilombolas --e o resultado indica que se trata de uma história
mestiça.
Em quilombos do Vale do Ribeira (SP), por exemplo,
embora a ascendência africana tenha ligeiro predomínio, cerca de 40% do
patrimônio genético dos moradores parece ser de origem europeia, enquanto um
quinto teria sido legado por indígenas.
Os resultados vêm de um estudo das pesquisadoras Lilian
Kimura e Regina Mingroni-Netto, do Instituto de Biociências da USP. Elas
analisaram amostras de DNA de 307 quilombolas de dez comunidades no Vale do
Ribeira. Os dados foram publicados na revista "American Journal of Human
Biology".
As proporções de ancestralidade africana, europeia e
indígena encontradas pelas pesquisadoras e seus colegas batem, grosso modo, com
resultados obtidos em quilombos da Amazônia, indicando que tanto brancos quanto
índios --além dos escravos negros-- tiveram papel importante na formação dessas
comunidades tradicionais.
No Congresso Brasileiro de Genética, em Águas de
Lindoia (SP), Kimura apresentou mais dados, os quais sugerem que essa
miscigenação não foi exatamente igualitária, porém.
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