segunda-feira, 30 de setembro de 2013

NOTÍCIA: Servidor do Senado terá de devolver R$ 130 mil reais


Valor corresponde à média do que é cobrado do TCU de cada funcionário que recebeu supersalários e outras vantagens indevidas. Pagamentos deverão se estender por pelo menos quatro anos

Auditoria do TCU mostra que 294 funcionários do Senado tinham jornada de trabalho menor que 40 horas semanais, mas recebiam por esse período
Os servidores do Senado beneficiados por supersalários e outras irregularidades na folha de pagamento deverão devolver, em média, R$ 130 mil aos cofres públicos, após a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). O valor é uma estimativa feita pelo Congresso em Foco com base na quantidade de funcionários da Casa e no total de R$ 788 milhões de prejuízos em cinco anos apurados pela auditoria 629/09 da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) do TCU. As cobranças não se restringem aos megacontracheques. Também se referem a outras oito irregularidades na folha de pagamentos. Por lei, políticos e servidores não podem ganhar mais que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja remuneração é de R$ 28 mil por mês, mas o Senado possui funcionários com rendimentos superiores a R$ 55 mil mensais.

Mas o valor a ser devolvido pode ser ainda maior. Isso porque nem todos os cerca de 6 mil funcionários do Senado deverão pagar a conta. Outros, no entanto, foram flagrados em mais de uma irregularidade apontada pelo TCU, e deverão pagar por vários problemas. Além disso, de acordo com o presidente do TCU, ministro Augusto Nardes, o valor a ser cobrado apenas dos donos dos supersalários gira em torno de R$ 300 milhões, o que dá R$ 646 mil para cada um.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que determinou o “imediato” cumprimento da decisão do TCU, disse que serão descontadas parcelas dos servidores à proporção de 10% dos salários. Ou seja, serão parcelas de no máximo R$ 2.800, já que a Casa agora promete cumprir o teto salarial de R$ 28 mil mensais.

Dessa forma, em média, os servidores levariam quatro anos para honrar todos os R$ 788 milhões recebidos irregularmente. No caso apenas dos 464 donos dos supersalários, seriam 19 anos para recuperar os R$ 300 milhões embolsados irregularmente. Em média, seriam 230 parcelas de R$ 2.800 para cada servidor completar os R$ 646 mil que recebeu como fruto de megacontracheques entre 2009 e este ano. Se o pagamento começar hoje, só terminará em 2032.

O trabalho dos auditores da SEFIP Alexander Jorge, Lídio José Ferreira e Allyson Paulista mostra que 294 funcionários do Senado tinham jornada de trabalho menor que 40 horas semanais. Ainda assim, recebiam como se cumprissem toda a carga horária exigida, de oito horas por dia de segunda a sexta-feira. Por isso, esses funcionários deverão devolver R$ 102 milhões, ou R$ 347 mil em média para cada um. Pagando R$ 2.800 mensais, levarão dez anos para repararem o prejuízo aos bolsos dos contribuintes.

Reajustes irregulares para 177 membros de comissões de licitação, enfermeiros, seguranças e motoristas causaram um rombo de R$ 139 milhões nos últimos cinco anos, de acordo com os auditores do TCU. Para devolver tudo, cada um levará 23 anos e meio para quitar os R$ 788 mil devidos, em média.

COMENTÁRIO:


Segundo se diz e se pensa, a Monarquia foi substituída pela República porque, naquela, os privilegiados se refestelavam no poder, enquanto, cá em baixo, o Zé Povinho sofria. Na Monarquia, quem era nobre ou amigo da nobreza, estava com a vida feita. Não precisava trabalhar, nem se preocupar, porque sua vida estava garantida. Por acaso isso difere, em essência, de ser parente ou amigo de político republicano no poder, pelo menos no Brasil? Como é que chegamos a tamanho descalabro? Como é que, no Brasil, a democracia desandou num charco tão podre que não se sabe mais por onde começar a limpeza?

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