O DRAMA DO VALE DO RIBEIRA X

     

       ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – AONDE CHEGAMOS?

 

            Ouço comentários sobre o trabalho da Câmara dos Vereadores, de Iguape. Comentários sem bases sólidas, talvez meros palpites. O que é dado como relevante? Que apenas um vereador é da oposição: os outros aderiram à política do Prefeito. Não me contaram, nem eu perguntei, aguardando a espontaneidade da informação, sobre o que tem sido feito ou resolvido na Câmara. Devo esclarecer que assisti a algumas reuniões da Câmara Municipal, há alguns anos, mas não consegui captar nada de importante que ali estivesse sendo tratado. Não quero dizer que minha visão, ou audição, tenha sido decisiva, ou das melhores, mas não tenho outro guia para minha orientação. Nem outras pessoas me deram alguma pista sobre importantes debates naquele fórum popular.

            O fato que parece relevante, para alguns cidadãos, é a posição relativa dos vereadores, com relação ao Prefeito: é contra ou a favor? Parece que o que o Prefeito está fazendo, como um todo, não em pormenores administrativos, é um bolo de medidas decisivas para a cidade. E essas medidas têm sido extensamente expostas e discutidas pelos cidadãos, de modo que os vereadores que tomam posição, na Câmara, devem ser “a favor” ou “contra”,  pois elas têm um começo, um meio e um fim, que delas depende nosso futuro.

            Não sei que medidas são essas. Parece que estamos num mundo kafkiano. Estão sendo discutidas medidas decisivas para a cidade? Daqui a alguns anos teremos uma “nova Iguape”, a partir da administração presente? Os vereadores estão tomando posição “a favor” ou “contra” o Executivo, em função desse futuro promissor? E por que tomaram essas posições? Eles têm outras ideias que gostariam de pôr em funcionamento? Mas não é o poder legislativo que decide, em última instância, o que é bom para a cidade? Eles não podem vetar as medidas do Executivo? Mas se a política do Prefeito tem o apoio maciço da Câmara, como fazer triunfar outras medidas administrativas?