É sempre constrangedor ler
notícias a respeito dos movimentos indígenas, ora protestando contra a
construção de usinas, ora reivindicando a posse de territórios, dos quais foram
supostamente expulsos. Quando do descobrimento do Brasil, os índios não tinham
sequer a ideia de propriedade territorial. O mundo era deles, e não havia
qualquer sentido na reivindicação de lotes de terreno. Acontece que eles foram
sendo paulatinamente expulsos para as matas virgens, enquanto as terras que
eventualmente habitavam eram ocupadas por cidades e lavouras. Com a “invenção”
da FUNAI, a coisa esquentou.
Não se diga que, pelo lado dos
“brancos”, há inocentes, nesse conflito. Fazendeiros são homens de negócio e
quem quer ganhar dinheiro não pode ficar pensando em caridade. Por outro lado,
também os índios aprenderam o “caminho das pedras” e, muitas vezes, começam a
abusar de seus direitos. Para agravar a situação, muitos “brancos sem-vergonha”
se fantasiam de índios e se põem de cocares e flechas, para “tirar uma
casquinha” da situação. No meio desse “imbròglio”, o governo fica dançando fora
do compasso, pois não consegue acertar o ritmo com os litigantes.
O conflito está armado e, como
tudo em política, todos os litigantes estão cheios de razão. Não há como
arriscar um palpite. Tudo o que possa ser dito é aproveitado por um lado ou por
outro, não no sentido de buscar a solução, mas sempre para provar que o outro
lado está errado. Eu só tenho uma dúvida em tudo isso: por que se põem tantos
recursos, culturais em geral e tecnológicos, em particular, nas mãos dos índios
(escrita, telefones, computadores), para no fim deixá-los no meio do mato,
brigando por uns hectares a mais de terra? Já não era tempo de que eles fossem
assimilados à população citadina, como acontece com todos os capiaus que vão
para a cidade grande procurar emprego? Afinal, eles são ou não são gente?
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