“Bolsa Família enfraquece
o coronelismo e rompe cultura da resignação”, diz socióloga. Recebi esse título
de tese de um amigo, mas mesmo antes de ler o texto todo, já dá para perceber o
conteúdo. Como não fui a fundo, na busca do site, não sei nem o nome da socióloga.
Mas a tese é intuitiva, muita gente já disse isso, então é possível pensar um
pouco no assunto, mesmo sem outras referências.
Tem-se que pensar,
primeiramente, do ponto de vista humano. Qualquer vantagem que se tenha, em
qualquer situação de vida, modifica nossa percepção daquilo a que estamos
expostos. Na ponta da mesa, não dispomos da mesma vantagem para nos servir dos
pratos que estão no meio dela, então dependemos de outras pessoas, para as
quais nos dirigimos com sorrisos e mesuras. A história poderia ser inversa. O
mundo é cheio dessas situações de liberdade e dependência. A situação de certas
pessoas pode ficar assim para sempre ou mudar com a história.
O que a
socióloga aponta é verdade, como percepção das pessoas (no caso os bolsistas),
mas será que é verdade do ponto de vista prático geral? Uma bolsa família dá
para deixar a pessoa realmente independente de patrões permanentes ou
eventuais? É tanto recurso que faz uma família completamente independente de
outras atividades, de patrões, dos tais “coronéis”? Um bolsista se contenta com
aquela parcimônia e vai ficar em casa dormindo, só esperando o fim do mês?
Trago esse
assunto aqui, para o terreno do Vale do Ribeira, porque fazemos parte do Brasil
pobre, aquele no qual o programa bolsa-família ajuda muita gente a complementar
suas despesas e ajuda muito mais alguns políticos a ganharem a eleição. O
programa tem sido relevado em sua importância, não só no Brasil como em muitos
outros fóruns internacionais. É picardia lembrar isso, mas eu nunca ouvi dizer que
algum descendente de alemão ou japonês (que fizeram a riqueza de parte de nossa
região), no Brasil, estivesse dependente do bolsa família. Isso para uma
comparação extrema, porque outros imigrantes, italianos, portugueses, judeus,
etc. também parecem ter encontrado meios suficientes para ganhar a vida, neste
país imenso, sem ficar na dependência da esmola-voto governamental.
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