quinta-feira, 13 de junho de 2013

BOLSA FAMÍLIA E POLÍTICA


“Bolsa Família enfraquece o coronelismo e rompe cultura da resignação”, diz socióloga. Recebi esse título de tese de um amigo, mas mesmo antes de ler o texto todo, já dá para perceber o conteúdo. Como não fui a fundo, na busca do site, não sei nem o nome da socióloga. Mas a tese é intuitiva, muita gente já disse isso, então é possível pensar um pouco no assunto, mesmo sem outras referências.
Tem-se que pensar, primeiramente, do ponto de vista humano. Qualquer vantagem que se tenha, em qualquer situação de vida, modifica nossa percepção daquilo a que estamos expostos. Na ponta da mesa, não dispomos da mesma vantagem para nos servir dos pratos que estão no meio dela, então dependemos de outras pessoas, para as quais nos dirigimos com sorrisos e mesuras. A história poderia ser inversa. O mundo é cheio dessas situações de liberdade e dependência. A situação de certas pessoas pode ficar assim para sempre ou mudar com a história.
        O que a socióloga aponta é verdade, como percepção das pessoas (no caso os bolsistas), mas será que é verdade do ponto de vista prático geral? Uma bolsa família dá para deixar a pessoa realmente independente de patrões permanentes ou eventuais? É tanto recurso que faz uma família completamente independente de outras atividades, de patrões, dos tais “coronéis”? Um bolsista se contenta com aquela parcimônia e vai ficar em casa dormindo, só esperando o fim do mês?

        Trago esse assunto aqui, para o terreno do Vale do Ribeira, porque fazemos parte do Brasil pobre, aquele no qual o programa bolsa-família ajuda muita gente a complementar suas despesas e ajuda muito mais alguns políticos a ganharem a eleição. O programa tem sido relevado em sua importância, não só no Brasil como em muitos outros fóruns internacionais. É picardia lembrar isso, mas eu nunca ouvi dizer que algum descendente de alemão ou japonês (que fizeram a riqueza de parte de nossa região), no Brasil, estivesse dependente do bolsa família. Isso para uma comparação extrema, porque outros imigrantes, italianos, portugueses, judeus, etc. também parecem ter encontrado meios suficientes para ganhar a vida, neste país imenso, sem ficar na dependência da esmola-voto  governamental.  

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