terça-feira, 4 de junho de 2013

CONSTRUÇÃO DE PRESÍDIO EM REGISTRO


Há tempos, o Prefeito de Registro, Gilson Fantin, recebeu um ofício do Secretário de Estado de São Paulo, manifestando a intenção do Governador de construir um presídio no município. Lembramos que na época houve, e acho que ainda há, um grande repúdio de parte da população registrense, por esse fato, embora as razões de protesto sejam as mais variadas e, algumas, talvez, descabidas. Afinal, como saber das consequências reais dessa medida? Qual a experiência que o Vale do Ribeira tem de presídios em suas terras?
        Não há como discutir um assunto ao qual faltam elementos e argumentos reais. Em todo caso, há fatos a serem considerados, quanto à necessidade de novos presídios, no Estado, em função de uma série de fatores. Em primeiro lugar, como noticiou o “Estado de São Paulo”, em 2/06/2013, “Em abril, São Paulo ultrapassou a casa dos 200 mil presos. Eles se amontoam em apenas 102 mil vagas disponíveis no sistema penitenciário paulista”.
        O “amontoamento” é apenas um aspecto, embora desumano, da situação carcerária paulista. O outro é pior: o controle cada vez maior que as organizações criminosas exercem, “dentro” do sistema carcerário. Como diz a notícia do jornal: “Atualmente, em vez de ser o instrumento de punição para coibir os crimes, o sistema prisional tornou-se etapa importante para ascensão no universo criminal. Nos presídios, graças aos longos tentáculos sociais do PCC, os criminosos ampliam as oportunidades de fazer contatos com quadrilhas organizadas. Para eles, as prisões, assim, deixam de ser vistas como ameaça e se transformam em oportunidade para o sucesso na carreira”.

        Mas o que tem a ver a construção de mais um presídio, com a máfia criminosa? É que aquele “amontoamento” acima referido impede um real controle da vida, no interior dos presídios. Pelo jeito, o Estado precisa de muitos mais presídios, além da necessidade de que eles sejam construídos longe da Capital, para diminuir a comunicação entre os bandidos e, assim, evitar a formação de uma organização que acaba sendo mais eficaz, na prática do crime, do que a organização policial que deve combatê-la. Registro não quer o presídio em seu município. Mas, quem quer? 

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