Há tempos, o Prefeito de
Registro, Gilson Fantin, recebeu um ofício do Secretário de Estado de São
Paulo, manifestando a intenção do Governador de construir um presídio no
município. Lembramos que na época houve, e acho que ainda há, um grande repúdio
de parte da população registrense, por esse fato, embora as razões de protesto
sejam as mais variadas e, algumas, talvez, descabidas. Afinal, como saber das
consequências reais dessa medida? Qual a experiência que o Vale do Ribeira tem
de presídios em suas terras?
Não há
como discutir um assunto ao qual faltam elementos e argumentos reais. Em todo
caso, há fatos a serem considerados, quanto à necessidade de novos presídios,
no Estado, em função de uma série de fatores. Em primeiro lugar, como noticiou
o “Estado de São Paulo”, em 2/06/2013, “Em abril, São Paulo ultrapassou a casa
dos 200 mil presos. Eles se amontoam em apenas 102 mil vagas disponíveis no
sistema penitenciário paulista”.
O
“amontoamento” é apenas um aspecto, embora desumano, da situação carcerária
paulista. O outro é pior: o controle cada vez maior que as organizações
criminosas exercem, “dentro” do sistema carcerário. Como diz a notícia do
jornal: “Atualmente, em vez de ser o instrumento de punição para coibir os
crimes, o sistema prisional tornou-se etapa importante para ascensão no
universo criminal. Nos presídios, graças aos longos tentáculos sociais do PCC,
os criminosos ampliam as oportunidades de fazer contatos com quadrilhas
organizadas. Para eles, as prisões, assim, deixam de ser vistas como ameaça e
se transformam em oportunidade para o sucesso na carreira”.
Mas o que
tem a ver a construção de mais um presídio, com a máfia criminosa? É que aquele
“amontoamento” acima referido impede um real controle da vida, no interior dos
presídios. Pelo jeito, o Estado precisa de muitos mais presídios, além da
necessidade de que eles sejam construídos longe da Capital, para diminuir a
comunicação entre os bandidos e, assim, evitar a formação de uma organização
que acaba sendo mais eficaz, na prática do crime, do que a organização policial
que deve combatê-la. Registro não quer o presídio em seu município. Mas, quem
quer?
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