Acho que ninguém esperava a
duração e a intensidade dessa rebelião súbita, no Brasil. Alckmin tentou ser
esperto, cortando o “barato” com a reação imediata de baixar o preço da
passagem. Entretanto, faltou um perito no assunto “povo” para avisá-lo de que o
problema era mais grave. Por sua vez, o Palácio do Alvorada esteve quietinho (no
lado de dentro, é claro) até ontem à noite pois é de lá que saem as barbaridades que
contaminam a política brasileira, começando pelo absurdo de 39 ministérios, na
sua maior parte cabide de empregos, para ajudar os “companheiros”, ou forma de
cooptação (compra) de partidos.
Já ouvi os gritos “fora
Renan!!!”, e isso é um dos indícios dos fatos que provocaram a indignação: o
Legislativo brasileiro (federal e muitos estaduais e municipais) foi tomado por
uma corja de corruptos. Mas parece que esse problema já é antigo, pois Sarney
esteve lá por anos. Acontece que agora o time dos corruptos foi acrescido pelo “caso
Mensalão”, chefe de comissão homofóbico (idiotamente homofóbico), e outras
barbaridades.
Agora temos três setores
da sociedade brasileira em revolta (os mais estridentes e genéricos, isto é,
fora as micro-revoltas): os índios, os sem-terra e a classe média das cidades. A
revolta dos índios é um movimento com 500 anos de atraso, que poderia ter sido
resolvido, embora já tardiamente, no tempo de Rondon ou dos irmãos Vila-Lobos. O
movimento dos sem-terra é instigado pelos sem-serviço das cidades. O movimento
da classe média, apesar da extensão, não vai virar revolução por falta de uma
ideologia de sustentação. É apenas a conscientização de que o Governo Federal
suga o seu dinheiro para fazer demagogia com os mais pobres, isto é, para usar
uma antiga expressão “cumprimenta com o chapéu alheio”.
Estamos todos aguardando
alguma medida governamental que signifique uma resposta ao movimento popular. Por
enquanto, o “silêncio é ensurdecedor”. Acontece que o problema é grande demais.
A corrupção, no Brasil, não e coisa de amadores. Pode-se calcular, sem medo de
errar, que um terço do Congresso está contaminado pela malandragem,
comportamento que implica em corrupção direta, corrupção indireta (os que lambem
as beiradas dos pratos), corrupção passiva (aqueles que não protestam para não
perder as posições alcançadas). A estratégia do Executivo, a dentuça do Palácio
do Alvorada seus sequazes (instruídos por Lula, o político que mais viaja no
Brasil, com a amante a tiracolo), é fingir que não vê nada, para poder governar
sem oposição. Agora, se o movimento popular continuar por mais alguns dias, ela
vai ser obrigada a abrir os olhos.
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