Não se faz uma omelete sem
quebrar os ovos. Não se faz um movimento de protesto sem quebra-quebra. É
verdade que no movimento há muita gente pacífica, que não aprecia muito os
baderneiros que se infiltram. Mas são os baderneiros que fazem tremer os mandatários
e os obrigam a pensar e temer os movimentos populares. Os corruptos e demagogos
instalados no poder não se preocupam com as passeatas. Até são capazes de
participar delas. Mas eles têm receio daqueles que os ameaçam com pedradas.
Durante a
Revolução Francesa inventaram a guilhotina, para facilitar o corte de cabeças. Foi
a guilhotina e não o clamor do povo esfomeado que fez tremer os “cabeças
coroadas” que, por sinal, acabaram sem as coroas e sem as cabeças. Os discursos
da Presidente, elogiando o movimento, mas criticando os excessos, é ridículo. Afinal,
não foi o grupo revolucionário dela que assaltou o apartamento da amante do
Adhemar de Barros, para roubar um cofre cheio de dólares? Quem é ela para
criticar o exagero do movimento popular?
O assalto
ao Palácio dos Bandeirantes fez tremer o Governador “Picolé de chuchu”. Ele é
um bom sujeito, mas precisa ser mais que isso para promover uma limpeza na
sujeira deste país. Também o Governador do Rio de Janeiro está tremendo nas
canelas, com aquelas cem mil pessoas na passeata. Baderneiros jogaram cadeiras históricas
nas ruas, pixaram paredes, ateara incêndios, sob protestos dos que desfilavam
em paz, apenas com seus cartazes nas mãos. Mas não há como evitar isso. E também
não se pode dispensar a baderna. Ela é o brilho dos desfiles de protesto. Sem
esse “brilho”, os corruptos instalados no poder aplaudem os desfiles, com a
maior cara de pau.
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