terça-feira, 18 de junho de 2013

REVOLTA POPULAR E VALE DO RIBEIRA


Qual a relação do Vale do Ribeira com todo esse movimento de revolta que toma conta dos grandes centros urbanos brasileiros? Uma relação delicada, difícil de expressar, não por si mesma, mas pela reação negativa que poderia despertar em nossa gente, principalmente em nossos políticos. Por que alguém deve ser culpado por isso, e ninguém quer aceitar a carapuça. Ainda mais que a culpa é de uma coletividade, e não de pessoas ou grupos específicos.
Resumindo: quem vota em demagogos? Vamos esclarecer: demagogo é aquele político que promete ajuda aos mais necessitados à custa do Tesouro Nacional. Quer dizer: cumprimenta com o chapéu alheio. E onde o demagogo vai procurar um eleitorado disposto a elegê-lo, por conta de promessas de ajuda? Nas regiões mais pobres do país: vasta extensão do Nordeste, alguns rincões de Minas, Goiás, Mato Grosso, Pará, Amazonas, Acre, etc. e...Vale do Ribeira.
        Por que Vale do Ribeira? Porque a maioria das cidades do Vale do Ribeira não tem autonomia econômica. Nunca ouvimos uma notícia de que, por conta da prefeitura tal, foi feita uma grande obra de urbanização. A notícia é sempre assim: “O prefeito tal conseguiu do Estado uma verba para fazer isto ou aquilo!” Não se deve afirmar sem provas concretas, mas pelo noticiário local, parece que as verbas arrecadadas com os impostos municipais, na maioria das cidades do Vale, mal dão para as despesas correntes: pagamento dos funcionários, manutenção de prédios e que tais.
Então, a solução é apelar para o Estado ou para a União. Aí entram os intermediários, com sua ajudazinha que lhes garantirá o voto futuro. E mais, as ajudas extrapolam os interesses coletivos e descem aos interesses particulares. A turma da bolsa-família é responsável pela eleição de centenas de políticos, em níveis municipal, estadual e federal. A bolsa-família é obrigação do Estado, mas os intermediários, reais ou fingidos, pululam de todos os lados.
A revolta, nos grandes centros, é da classe média conscientizada, que está vendo o dinheiro público (o dinheiro dos impostos) voar pela janela, para o bolso das construtoras de estádio (pelo dobro do preço real), para o excesso de gastos do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, com o exército de funcionários, as prebendas dos políticos, as maracutaias dos altos funcionários. Basta conhecer o passado de alguns políticos que se encontram na cúpula do poder para perceber quem está mandando no poder, no momento.
Não se pode identificar, de modo extensivo, pobreza com ignorância. Mas é inevitável que a parcela menos esclarecida da população se localize nos segmentos mais necessitados. Afinal, o esclarecimento e a cultura têm um preço. E aí é que mora o perigo: os ignorantes, os menos esclarecidos caem sempre na “conversa” dos demagogos. E os demagogos acabam dominando a pauta do poder. Então, é inevitável que a corrupção e os gastos inúteis esgotem os recursos públicos.

A parte mais esclarecida da população é a mais fraca, numericamente. Eles percebem a situação, mas não têm como alterá-la, porque são minoria, na hora da votação. Então o país se torna o reino da demagogia. Basta um conhecimento supérfluo de quem manda no Legislativo Federal, para perceber o tamanho do problema. É contra isso, contra o poder da demagogia, que usa a pobreza do povo como ardil para se eleger, que o povo das cidades, mais esclarecido por força de sua vivência, se revolta. Vamos ver no que tudo isso vai resultar! 

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