O título desta nota, ligando nossa
região e uma instituição governamental, pode servir como elogio ou como crítica
ao Governo Federal. Como elogio, a partir da consideração supérflua de que os
presidentes que se sucedem em Brasília não esquecem os pobres do Vale. Como
crítica, porque bolsa família, como medida de socorro à pobreza é uma espécie
de remendo provisório ao desequilíbrio econômico de parte de nosso povo. Esta
última consideração não é uma apreciação ligeira à política governamental, é a
constatação de que esta se organiza em torno de um sistema de “remendos” aos
problemas do país, sem providências reais para resolvê-los.
Um amigo postou uma nota sobre a
bolsa família que põe a nu o mais triste de seus efeitos: “Creio que a tal de
"bolsa família" é a geradora, a curto prazo, de filhos delinquentes. Posição
muito radical? Pensem um pouco, criaram um sistema para cabrestar os mais necessitados,
sem o compromisso de tirar os mesmos do "status quo". O negócio é
gerar mais filhos para aumentar a renda domestica”. Com filhos para criar, sem
o ganho suficiente para dar-lhes dignidade, as famílias estão criando condições
para a delinquência.
Primeiro a expressão “cabrestar os
mais necessitados”. Alguém tem dúvida de
que a bolsa família, deixando de lado a ajuda aos necessitados, é uma compra disfarçada
de votos? Vá algum político prometer empregos para substituir o rendimento sem
compromisso de trabalho.... Ninguém se arrisca nessa direção, para não perder
votos. E o partido que está no poder federal explorou esse “ramo de publicidade”
como nenhum outro.
E onde entra nisso o Vale do
Ribeira? O Vale entra no problema com todas as regiões do país que não
conseguiram deslanchar sua economia, no mesmo ritmo do que as regiões mais
desenvolvidas. Aqui, para ser franco e não demagógico, pelo número de pessoas
necessitadas, dependendo da bolsa família e outras formas de auxílio econômico
do governo (defeso, etc.), somos uma espécie de “Nordeste”, com suas conhecidas
mazelas como a inacabável “transposição do Rio São Francisco”, a estrada de
ferro que nunca saí do lugar, o sofrimento e o prejuízo econômico com as secas
periódicas. Lá, também, para aplacar a ira dos pobres, a bolsa família é
mantida como uma espécie de salvação permanente.
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