quinta-feira, 6 de junho de 2013

VALE DO RIBEIRA E BOLSA FAMÍLIA




           O título desta nota, ligando nossa região e uma instituição governamental, pode servir como elogio ou como crítica ao Governo Federal. Como elogio, a partir da consideração supérflua de que os presidentes que se sucedem em Brasília não esquecem os pobres do Vale. Como crítica, porque bolsa família, como medida de socorro à pobreza é uma espécie de remendo provisório ao desequilíbrio econômico de parte de nosso povo. Esta última consideração não é uma apreciação ligeira à política governamental, é a constatação de que esta se organiza em torno de um sistema de “remendos” aos problemas do país, sem providências reais para resolvê-los.
           Um amigo postou uma nota sobre a bolsa família que põe a nu o mais triste de seus efeitos: “Creio que a tal de "bolsa família" é a geradora, a curto prazo, de filhos delinquentes. Posição muito radical? Pensem um pouco, criaram um sistema para cabrestar os mais necessitados, sem o compromisso de tirar os mesmos do "status quo". O negócio é gerar mais filhos para aumentar a renda domestica”. Com filhos para criar, sem o ganho suficiente para dar-lhes dignidade, as famílias estão criando condições para a delinquência.
           Primeiro a expressão “cabrestar os mais necessitados”. Alguém tem  dúvida de que a bolsa família, deixando de lado a ajuda aos necessitados, é uma compra disfarçada de votos? Vá algum político prometer empregos para substituir o rendimento sem compromisso de trabalho.... Ninguém se arrisca nessa direção, para não perder votos. E o partido que está no poder federal explorou esse “ramo de publicidade” como nenhum outro.

            E onde entra nisso o Vale do Ribeira? O Vale entra no problema com todas as regiões do país que não conseguiram deslanchar sua economia, no mesmo ritmo do que as regiões mais desenvolvidas. Aqui, para ser franco e não demagógico, pelo número de pessoas necessitadas, dependendo da bolsa família e outras formas de auxílio econômico do governo (defeso, etc.), somos uma espécie de “Nordeste”, com suas conhecidas mazelas como a inacabável “transposição do Rio São Francisco”, a estrada de ferro que nunca saí do lugar, o sofrimento e o prejuízo econômico com as secas periódicas. Lá, também, para aplacar a ira dos pobres, a bolsa família é mantida como uma espécie de salvação permanente. 

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