Há tempos, um comentarista
sincero desabafou: “Não sei como dizer, porque o que me ocorre não consegue
justificativa científica, mas o fato é que, considerando nossa atual situação e
os fatos tais como agora se apresentam, cheguei a uma conclusão quase
supersticiosa: O BRASIL ESTÁ COM AZAR!”
Qualquer pessoa que saiba minimamente o
que está acontecendo neste país, chegaria a esse mesmo impasse: não há outra
coisa a dizer, a não ser lamentar nossa sorte. Nosso azar começou com Jânio
Quadros. Esse maluco incendiou as mentes dos eleitores da época, pela sua
figura excêntrica, seus malabarismos de linguagem, seu aparente desejo de
mudança, em nossa política. Foi um fracasso e sua renúncia resultou em tudo de
mal que nos aconteceu: alvoroço na área política e sua consequência: uma ditadura
militar, um retrocesso de séculos na caminhada democrática que tínhamos
empreendido, depois do grito do Marechal Deodoro.
Quando
tudo parecia nos conformes, ouve-se o grito do “caçador de marajás”, um nordestino
acostumado a se locupletar nos cargos políticos, que iniciou um ciclo de
roubalheiras que deve ter criado um enxame de seguidores, nos estados e
municípios brasileiros, pois, de lá para cá, só se ouve falar em processos de
enriquecimentos ilícitos em mamatas, viagens de avião de empreiteiras, enfim,
uma sarabanda de novos ricos, por conta dos cofres públicos. Collor saiu da
Presidência, mas seu exemplo frutificou. E o mais incrível é que seus
discípulos mais fiéis, em termos de roubalheira, se encaixaram exatamente nas
fileiras do partido que mais o combatia, o PT.
Nenhum
país conseguiria sobreviver politicamente estável, depois do governo de um
apedeuta, que começou sua atuação enriquecendo seu filho e depois foi atrás,
colhendo os frutos da Presidência. O Partido dos Trabalhadores começou bem, mas
logo enveredou por caminhos vergonhosos, que tirou de suas fileiras figuras
exponenciais da política brasileira, como Hélio Bicudo, que não conseguiu
suportar a falta de ética dos dirigentes partidários. O governo Lula foi tão
desonesto que deixou marcas para trás, como um escritório em São Paulo,
dirigido por sua amante, que remexia nas cordas da República, sob o nariz
arrebitado da Presidente.
A
Presidente Dilma, paraquedista brizolista que se transformou em petista, é um
refém de seu patrão, tanto por sua incapacidade de se orientar sozinha, como
pelo “rabo preso” com os partidos que cooptou, para poder governar sem ser
molestada, já que lhe faltava autoridade e conhecimento exigido pelo cargo. A
cada partido que a apoiava ela dava um ministério, no que resultou nesse
monstrengo, que é a República Brasileira, com seus 39 ministros e centenas de
funcionários, dos quais, mais da metade é constituída por incompetentes, apenas
um cabide de empregos para os amigos do poder.
O gasto
com a parte inútil do funcionalismo é gigantesca, maior até do que aquela do
funcionalismo realmente útil. Felizmente, ainda existe um corpo de repartições
e funcionários públicos que leva o país para a frente, apesar do desmando dos
postos políticos. O funcionalismo inútil é aquela leva de assessores políticos,
os chamados aspones, compostos, na sua maioria por parentes e amigos dos donos
do poder, alguns que nem comparecem ao local do trabalho, recebendo seus
salários pela agência bancária. Mas, afora isso, ainda existem funcionários
inúteis em todas as repartições. Cada chefete de sala, nas repartições públicas,
gosta de se rodear de dezenas de auxiliares, para demonstrar importância e
poder, por isso toca a fazer concursos de ingresso. Assim, embora os admitidos
o tenham sido honestamente, sua admissão, do ponto de vista funcional, é uma
arbitrariedade, uma demonstração de vaidade dos chefetes de plantão. É só
visitar uma repartição pública (por exemplo, a Câmara Municipal de São Paulo)
para ver as funcionárias bem alimentadas, conversando sobre seus passeios de
fim de semana.
Mas o que
há de mais duro de aguentar, nesse desvario da administração pública
brasileira, é que não se vê saída para ela. A presidente, num daqueles
rompantes, que surgem no vazio de suas ideias, ameaçou resolver a crise com um
plebiscito. Ora, todo mundo sabe que os 30 milhões de dependentes da bolsa-família
votam no que o Governo quer, portanto um plebiscito de nada adiantaria, a não
ser confirmar a barbaridade que aí está. Além disso, o que sabemos nós, a
maioria do povo brasileiro sobre o que é melhor para o Brasil? Nós escolhemos
os dirigentes entre aqueles que consideramos os mais capazes disso, já que é
impossível, para quem está fora, saber o que realmente deve ser feito para
melhorar a situação do país.
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