quinta-feira, 4 de julho de 2013

O AZAR DO BRASIL



Há tempos, um comentarista sincero desabafou: “Não sei como dizer, porque o que me ocorre não consegue justificativa científica, mas o fato é que, considerando nossa atual situação e os fatos tais como agora se apresentam, cheguei a uma conclusão quase supersticiosa: O BRASIL ESTÁ COM AZAR!”

        Qualquer pessoa que saiba minimamente o que está acontecendo neste país, chegaria a esse mesmo impasse: não há outra coisa a dizer, a não ser lamentar nossa sorte. Nosso azar começou com Jânio Quadros. Esse maluco incendiou as mentes dos eleitores da época, pela sua figura excêntrica, seus malabarismos de linguagem, seu aparente desejo de mudança, em nossa política. Foi um fracasso e sua renúncia resultou em tudo de mal que nos aconteceu: alvoroço na área política e sua consequência: uma ditadura militar, um retrocesso de séculos na caminhada democrática que tínhamos empreendido, depois do grito do Marechal Deodoro.

        Quando tudo parecia nos conformes, ouve-se o grito do “caçador de marajás”, um nordestino acostumado a se locupletar nos cargos políticos, que iniciou um ciclo de roubalheiras que deve ter criado um enxame de seguidores, nos estados e municípios brasileiros, pois, de lá para cá, só se ouve falar em processos de enriquecimentos ilícitos em mamatas, viagens de avião de empreiteiras, enfim, uma sarabanda de novos ricos, por conta dos cofres públicos. Collor saiu da Presidência, mas seu exemplo frutificou. E o mais incrível é que seus discípulos mais fiéis, em termos de roubalheira, se encaixaram exatamente nas fileiras do partido que mais o combatia, o PT.

        Nenhum país conseguiria sobreviver politicamente estável, depois do governo de um apedeuta, que começou sua atuação  enriquecendo seu filho e depois foi atrás, colhendo os frutos da Presidência. O Partido dos Trabalhadores começou bem, mas logo enveredou por caminhos vergonhosos, que tirou de suas fileiras figuras exponenciais da política brasileira, como Hélio Bicudo, que não conseguiu suportar a falta de ética dos dirigentes partidários. O governo Lula foi tão desonesto que deixou marcas para trás, como um escritório em São Paulo, dirigido por sua amante, que remexia nas cordas da República, sob o nariz arrebitado da Presidente.

        A Presidente Dilma, paraquedista brizolista que se transformou em petista, é um refém de seu patrão, tanto por sua incapacidade de se orientar sozinha, como pelo “rabo preso” com os partidos que cooptou, para poder governar sem ser molestada, já que lhe faltava autoridade e conhecimento exigido pelo cargo. A cada partido que a apoiava ela dava um ministério, no que resultou nesse monstrengo, que é a República Brasileira, com seus 39 ministros e centenas de funcionários, dos quais, mais da metade é constituída por incompetentes, apenas um cabide de empregos para os amigos do poder.

        O gasto com a parte inútil do funcionalismo é gigantesca, maior até do que aquela do funcionalismo realmente útil. Felizmente, ainda existe um corpo de repartições e funcionários públicos que leva o país para a frente, apesar do desmando dos postos políticos. O funcionalismo inútil é aquela leva de assessores políticos, os chamados aspones, compostos, na sua maioria por parentes e amigos dos donos do poder, alguns que nem comparecem ao local do trabalho, recebendo seus salários pela agência bancária. Mas, afora isso, ainda existem funcionários inúteis em todas as repartições. Cada chefete de sala, nas repartições públicas, gosta de se rodear de dezenas de auxiliares, para demonstrar importância e poder, por isso toca a fazer concursos de ingresso. Assim, embora os admitidos o tenham sido honestamente, sua admissão, do ponto de vista funcional, é uma arbitrariedade, uma demonstração de vaidade dos chefetes de plantão. É só visitar uma repartição pública (por exemplo, a Câmara Municipal de São Paulo) para ver as funcionárias bem alimentadas, conversando sobre seus passeios de fim de semana.

        Mas o que há de mais duro de aguentar, nesse desvario da administração pública brasileira, é que não se vê saída para ela. A presidente, num daqueles rompantes, que surgem no vazio de suas ideias, ameaçou resolver a crise com um plebiscito. Ora, todo mundo sabe que os 30 milhões de dependentes da bolsa-família votam no que o Governo quer, portanto um plebiscito de nada adiantaria, a não ser confirmar a barbaridade que aí está. Além disso, o que sabemos nós, a maioria do povo brasileiro sobre o que é melhor para o Brasil? Nós escolhemos os dirigentes entre aqueles que consideramos os mais capazes disso, já que é impossível, para quem está fora, saber o que realmente deve ser feito para melhorar a situação do país.

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