O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)
registrou em 2012 um recorde de pedidos de mineração no Vale do Ribeira, região
sul do Estado de São Paulo. Foram abertos 113 processos entre pedidos para
pesquisa, licenças ou concessão de lavras que vão desde calcário até minérios
nobres como níquel, prata e ouro. Em 2011, tinham sido registrados 87 processos
e no ano anterior 63.
Na década de 90, a média anual de pedidos para pesquisa
ou extração de minérios na região não passava de 20. O Vale do Ribeira detém
algumas das maiores jazidas de minérios ainda inexploradas do Estado, ao lado
das principais áreas protegidas de Mata Atlântica e da maior concentração de
territórios quilombolas.
O DNPM concedeu 442 autorizações para pesquisas
minerais na região, abrangendo área de 240 mil hectares. Outros 279
requerimentos de pesquisa e 126 de lavra estão sendo analisados, sendo que 112
já tiveram autorizada a extração de minério. Entre os processos, 35 envolvem
prospecção e retirada de minério de ouro, em área total de 33,4 mil hectares.
Há quatro pedidos para lavra garimpeira em rios da região.
De acordo com o coordenador do Programa de Política e
Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), Raul Telles do Valle,
a corrida para os minérios da região se deve ao novo marco regulatório da
mineração, enviado em junho ao Congresso pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, o Plano Nacional de Mineração, do Ministério de Minas e Energia,
tem como meta para 2030 ampliar de três a cinco vezes a exploração do minério
no País.
O Código de Mineração em vigor é de 1967 e as regras
atuais permitem que haja especulação sobre áreas com potencial minerário,
segundo Valle. “O critério usado para registro de solicitações é o de chegada.
Isso faz com que empresas e indivíduos que não têm condições de exercer a
atividade registrem pedidos, no aguardo da valorização dos títulos para vender
a bons preços no mercado”, explica Valle.
JOSÉ
MARIA TOMAZELA, SOROCABA – O Estado de S.Paulo
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