Por feliz coincidência, chegaram-me às mãos, neste
início de novembro, por um lado, o número 29, da MIT Revista, que traz uma
notícia sobre o lendário navio Kasato-Maru, acompanhado por uma notícia sobre a
“última remanescente” dos primeiros japoneses que chegaram ao Brasil, Tomi
Nakagawa, e, por outro lado, um substancioso artigo de Roberto Fortes (Tribuna
de Iguape, n.154) sobre o centenário da Colônia Katsura, dos japoneses que se
instalaram no Bairro Jipovura, município de Iguape, às margens do rio Ribeira.
Como informa Roberto Fortes, o Kasato-Maru foi o navio que “No dia 18 de junho
de 1908, aportava em Santos, trazendo a bordo 781 japoneses”.
Tomi Nakagawa, que completou 100 anos no dia 6 de
outubro de 2006, tinha 1 ano e 8 meses, no dia 28 de abril de 1908, quando
embarcou no Kasato-Maru, no porto de Kobe, no Japão. Uma vez no Brasil, como a
maioria de seus conterrâneos, assim que atingiu a adolescência, começou a
trabalhar duramente nas fazendas de café, no interior de São Paulo. Ela morreu
dormindo, no dia 11 de outubro de 2006, logo depois de festejar seu centenário.
Como relata a MIT Revista, durante sua vida, ela “teve 4 filhas, 2 filhos e
mais de 60 descendentes, entre netos, bisnetos e tataranetos”.
Vejamos
o relato da curiosa história do Kasato Maru (segundo a MIT Revista):
“Curiosa a história de vida do Kasato-Maru. O vapor que
trouxe os primeiros japoneses ao Brasil nasceu no estaleiro britânico Wigham
Richardson e foi planejado pela armadora Pacific Steam Navigator Company, em
1899. Ao ser lançado ao mar, em 1900, recebeu o nome de Potosí, mas antes mesmo
de navegar foi comprado pelos russos – que preferiram rebatizar o navio com a
alcunha de Kazan. Modificações estruturais transformaram o Kazan em transporte
de tropas e, em setembro de 1900, ele partiu de Newcastle para Odessa. Levado
para compor a frota do extremo oriente, o Kazan teve vida curta na mão dos
russos: foi afundado pelos japoneses no ataque a Porto Arthur, durante a Guerra
Russo-Japonesa (1904-1905). O Japão recuperou o vapor das profundezas e, em
1908, já com o nome de Kasato-Maru, passou às mãos da Companhia Kakoku, que
enviou Tomi e outros 780 pioneiros para Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário