Não vamos nos precipitar. A prisão dos “mensaleiros” não
é o início de uma nova fase da política brasileira. Foi um incidente, para os “tais”
um acidente de percurso, mas não passa disso. A civilização não se faz num ano,
nem numa década, é o resultado de muita história, muito esforço, não só das
autoridades, dos professores, mas de todos os cidadãos. Não vai ser porque um
ladrão foi pego no ato que vai haver rebuliço no mundo do crime. Os outros
sempre vão achar, que o que aconteceu de “importante” ou de “errado”, não foi o
crime, mas o “ser pego no flagra”.
Eu falei acima do “esforço” de todos, para chegarmos à
civilização. Tenho que complementar: se não mudarem os meios de produção, nem
uma “Teresa de Calcutá” fará o milagre de uma mudança moral, em nosso povo. “Meios
de produção”, aqui, talvez não esteja bem aplicado, mas é um conceito marxista
que pode se ajustado a situação sociais. Só para dar um exemplo fácil, embora
isso exija um esforço mental para adaptação à realidade, se o sujeito tiver que
carregar uma pedra de cem quilos, com o próprio esforço, ele tentará mil artifícios,
inclusive desonestos, para evitar um desgaste monumental de suas forças. Se lhe
derem um carrinho, ele agirá mais “honestamente”, em seu trabalho, pois isso não
exige artifícios maiores. Se isso se repetir, sua mente se acostumará mais com
o trabalho do que com o “jeitinho”.
Lula, não esses “paus mandados”, o verdadeiro mentor do
mensalão, estava “carregando uma pedra muito pesada”, no sentido de que
precisava provar ser um “grande homem”, apesar de não ser rico. Espanto? É isso
aí: o sujeito precisa ser rico para acreditarem nele. Ninguém quer ouvir
discursos de gente pobre. Nós tivemos Adhemar de Barros, Maluf e outros
delinquentes, que nunca foram presos, apesar de todo mundo saber que roubavam
descaradamente. Mas eles eram ricos, já de berço, já antes de entrarem na política.
Então sempre foram respeitados e seus atos praticamente ignorados, apesar de
praticamente “públicos”. Lula, não. Além de ignorante, iletrado, começou de “baixo”,
como um atiçador de greves, que se dizia o “redentor” do povo pobre. Sua estratégia,
então, foi distribuir dinheiro: dos impostos para o “bolsa-família”, dos Bancos
para os amigos “mensaleiros”. Ele não foi acusado, porque se tornou uma espécie
de “santo” (embora do pau oco) dos pobres. Mas todo mundo sabe que José Dirceu
era seu “ajudante de ordens”. Só as pessoas mais esclarecidas acreditam nessa
verdade. Para os pobres, que veneram santos, Lula vai continuar sendo o “padinho
Ciço” do Brasil.
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