O incêndio que está acontecendo no prédio do Memorial
da América Latina me trouxe à memória outros fatos que não têm nada a ver com fogo.
Trata-se da maneira como a esquerda política (um modo resumido, naturalmente,
de designar certa atitude ideológica) sempre viu o continente sul-americano. No
próprio Memorial, se não me engano, há um mapa da América Latina (do México
para baixo) com uma espécie de sangramento, na região que corresponderia,
figuradamente, ao coração.
Essa foi a imagem de nosso subcontinente que a esquerda
latino-americana sempre cultivou e tentou enfiar em nossa cabeça, a imagem de uma
terra de sofredores, por conta da exploração, dos...dos...adivinhou quem pensou
nos EEUU. Antes, éramos presa dos europeus, Espanha e Portugal e, um pouco, da
França. Depois, por conta dos Bolívares e D. Pedros, finalmente alcançamos
nossa liberdade, mas caímos (segundo esse pensamento) nas garras dos nossos próprios
irmãos do Norte, que se livraram dos ingleses, mas cultivaram seu ânimo
imperialista.
Esse sentimento de “coitadinhos”, que se tornou um
cacoete, tanto foi repetido pelos políticos socialistas, que acabou sendo adotado
pelo povo sul-americano, sempre disposto a chorar suas mágoas, em vez de tomar
providências para arrumar a própria vida. A trama foi bem visível para quem não
se deixa levar pelas aparências: o negócio era demonizar os EEUU para, em
troca, instalar um governo de cunho socialista, por conta da URSS, tal como
aconteceu em Cuba, para desgraça dos cubanos, que tiveram que ouvir por décadas
e, ainda, continuam a ouvir, Fidel Castro entoar o chavão: “los imperialistas!...”
Com essa conversa, ele dominou os cubanos por décadas e, ainda, passou a “herança”
para o irmão, se é que esta não vai ficar para a família, como nos tempos dos
reis coroados.
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