O DIANHO É TENTADÔ
Acridite
no que digo: não sêsse o Bom Jisus este mundão tava perdido. Porque o dianho
anda solerte, cavando um jeito de destemperá nossa vida. Magine que eu tinha me
acoitado em baxo dum pé de jacatirão, por conta da guascada de chuva que me
pegô de jeito, no meio do mato, quando vi um remoinho se achegando de com
força, arripiando as pranta, desvirando os graveto e dando um contorno adonde
eu tava, pra decerto me acertá pelos fundo.
Nessas artura, sabendo das artimanha do
demo, que eu não sô apocado da cabeça, sartei de donde tava, gritando pelo Bom
Jisus, que sempre foi meu protetô. No que eu sartei e gritei, um fuzir iluminô
tudo, por chamado do malino, e se pregô em riba da arve, bem no lugá que eu
tava, rebentando um gaio, que ia direto no meu cangote, se eu não me ispertasse
e não chamasse o Sarvadô.
Corri dali, que não se espera nada de
certo do coisa ruim, mas memo com o sunsurro da chuva deu pra uvi o rincho
daquela risada desmesurada, que o fite dá pra assustá a gente. Cheguei no
rancho e pidi pra todo mundo garrá a rezá reza pesada, pra afastá de nóis o
molesto do coisa ruim. Assim me sarvei e por isso truxe um pedaço do jacatirão,
prá dexá na sala de milagre do Santo, em honra da graça arricibida.
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