“O Estado de São
Paulo possui dois grandes biomas, o Cerrado e a Mata Atlântica. O projeto Rede
Fito foi dividido em cima desses biomas e, no futuro, teremos um único levantamento
para todo o País”, diz o professor Lindolpho Capellari Júnior, do Departamento
de Ciências Biológicas da Esalq/USP.
Ele explica que o
levantamento está começando por uma propriedade em Eldorado (SP), que possui
imensa diversidade de flora e excelente estado de conservação. “Com o
levantamento completo das espécies medicinais dessa área, a propriedade será
modelo para outras propriedades da região. E dos 25 municípios do Vale do
Ribeira será escolhida uma propriedade representativa.”
Só na primeira propriedade
já foram catalogadas cerca de 160 espécies medicinais. Depois, serão avaliadas
outras 24 propriedades, apenas no Vale do Ribeira. “Obviamente, muitas espécies
serão as mesmas nas diversas propriedades, porém a flora brasileira é
extremamente diversificada e o número de espécies vai aumentar até o fim do
projeto.”
Finalizado esse
primeiro levantamento, o mapeamento das demais propriedades e o encerramento do
inventário do Vale do Ribeira serão feitos nos próximos quatro anos e meio.
“Vamos fazer o levantamento do Vale do Paraíba e do Pontal do Paranapanema.
Assim que as pesquisas botânicas forem sendo concluídas, as pesquisas de outras
áreas darão sequência ao projeto.” Calcula-se que o País tenha pelo menos 55
mil plantas que se enquadrem como medicinais, aromáticas e condimentares, mas
só 3 mil estão identificadas.
Bioma. Em São
Paulo, o bioma Mata Atlântica abrange três grandes regiões: o Vale do Ribeira,
que, paradoxalmente, é a região mais pobre do Estado e a que mantém cobertura
vegetal mais conservada; o Vale do Paraíba e o Pontal do Paranapanema. “Se
muitas das espécies vegetais da Mata Atlântica já são usadas como medicinais,
uma grande parte está para ser descoberta. Temos que pensar em estratégias de
preservar o que restou dela, sem lançar mão do extrativismo predatório e sem a
visão utópica de que o homem não deve tocar em nada”.
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