quinta-feira, 26 de junho de 2014

ARMAS DE FOGO E VIOLÊNCIA



 
        Não quero pôr em dúvida o argumento daqueles que pregam o controle sobre as vendas de armas de fogo, como uma prevenção contra a violência. Aliás, como uma prevenção de “mortes por arma de fogo”, não “contra a violência”. É preciso separar uma coisa de outra. A violência continua, e as mortes por outros meios, também, iniba-se ou não a venda de armas de fogo. É o desvario de matar que leva a usar uma arma, de fogo ou não, e não a sua posse.

        Isso faz lembrar um caso ocorrido com o pitoresco Jânio Quadros, há muitos anos. Um guarda municipal, que não deveria estar armado, matou um ladrão com um tiro. O repórter foi interrogar o então prefeito: “Como é que fica, prefeito? Ele matou o ladrão a tiros!” – “E o que querias?” Replicou o prefeito, “que o matasse a cacetadas?”

        Na primeira metade do século passado, a Região Nordeste do Brasil era notável pela sua violência, com o surto do chamado “cangaço”. Não era uma violência qualquer, era uma violência demoníaca, com episódios de massacres, torturas, latrocínios, sequestros, episódios que nem os filmes a respeito, tentando relembrar os fatos, conseguiram reproduzir. Pois bem, nessa época não houve, que eu saiba, qualquer pregação para o controle de armas, ainda mais que as pessoas comuns, os fazendeiros isolados em suas terras, as pessoas das pequenas vilas não podiam contar com a proteção da polícia. E por falar em polícia, não era incomum que as pessoas não confiassem muito nessa proteção.

        Nenhum cidadão normal pensaria em comprar uma arma para resolver uma possível rivalidade (de qualquer tipo que seja) no meio em que vive. Mas não seria insensato, de sua parte, ter uma arma em casa como prevenção para possíveis assaltos. Há um argumento falaz contra essa posse: o cidadão comum não sabe manejar direito uma arma, por isso vai acabar em desvantagem contra o delinquente experimentado. Contra esse argumento, há uma resposta fácil: arranje-se um meio de o cidadão treinar o uso de sua arma. A própria polícia poderia ser útil num caso desses.

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