O programa “Bolsa-família” é uma
continuação-ampliação, do programa “Bolsa-Escola”, instituído no governo
Fernando Henrique Cardoso. A continuação é virtuosa, mas sua ampliação é
viciosa: acabou sendo uma moeda de troca de dinheiro por votos, o que vicia
todo o processo democrático de escolha de dirigentes. Hoje, quem domina o
conjunto, ou parte do conjunto, dos bolsistas de uma cidade, está com seus
votos garantidos, seja para vereador, prefeito, deputado ou senador.
A ideia do “Bolsa-escola” era substituir
por dinheiro o trabalho do menor, numa família carente, que precisava desse
trabalho para sobreviver. O Bolsa-família não tem direção certa. É só “provar”
sua necessidade, o que não é difícil, quando se conta com um político amigo,
mesmo com má-fé do lado de quem pede. Acabou sendo uma moeda de troca para os
votos, aos políticos desonestos.
O programa bolsa-família comprovou uma
verdade simples, que qualquer candidato a vereador dos “rincões” conhece: uma
grande parte do voto democrático não é conquistada pelos programas defendidos
ou pela excelência pessoal dos candidatos; é “comprado” em moeda corrente no
país. Esse é um dos “pés de barro” de nossa democracia.
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