Dependendo dos interlocutores, perdi
todo o entusiasmo em discutir política, em âmbito nacional, estadual ou
municipal. Não tenho a vocação dos mártires, que lutam contra o impossível e
acabam se sacrificando por um abstrato bem geral. É verdade que o sacrifício de
ouvir bobagens sobre assuntos políticos não é o mesmo que enfrentar o pelotão
de fuzilamento ou, na pior das hipóteses, a forca. Mas irrita e nos faz, cada
vez mais, descrentes do bom senso popular.
Digo
isso tudo por conta do que li na Folha Uol, hoje pela manhã. Depois de alguns
comentários sobre a “vaia da Dilma”, o comentarista lembra algumas estatísticas
sobre a aceitação/rejeição de presidentes, em época de Copa. Tomei nota dos números
da aceitação, e o que pude constatar é que o povo brasileiro não tem a menor
noção dos valores republicanos, mesmo agora, depois de tantos anos de eleições
e esclarecimentos. Na verdade, parece que continuam como nos tempos dos
bandeirantes, uns broncos, analfabetos e ignorantes.
Vamos aos números, em suas respectivas épocas,
destacando apenas a aprovação:
1990
– Collor – 36%
2002 – FHC - 27%
2010 – Lula - 76%
Não é surpresa o que me passa pela
cabeça: é indignação. Cuida-se tanto da educação (não é brincadeira, afinal,
temos escolas gratuitas pelo país afora, o que não é de se desprezar!) para se
ter um resultado desses: um ladrão, Collor, e um semialfabetizado, Lula, têm a
aprovação, respectivamente de 36% e 76%, enquanto um professor universitário,
sem uma mancha na sua folha de serviços, tem 27% de aprovação popular!
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