Ninguém, que tenha um mínimo de bom
senso, se põe a trabalhar em busca de um objetivo, seja uma excursão pela
floresta, uma viagem pelas águas, uma construção ou um início de estudos, sem
antes parar para pensar nas metas, nos processos, enfim, tentar garantir algum
sucesso em seu empreendimento.
Será que os administradores que assumem
o poder político, nas comunidades em geral, preocupam-se com isso?
Aparentemente, sim, na verdade, não! O que se vê, de modo geral, tanto nas
campanhas políticas como nos acertos de gabinete, é, no primeiro caso, o
exercício do convencimento do eleitor, um trabalho que está longe das
realidades a serem enfrentadas, porque o eleitor também não pensa nestas, mas
em objetivos genéricos fixados em discursos estereotipados. Quanto aos acertos
de gabinete, na maioria das vezes são feitos para acomodar interesses pessoais.
Esse procedimento não é característico
de alguma região administrativa, em especial, mas é o modo genérico como
ocorrem as coisas, em nível político, em qualquer parte do mundo. O problema é
que nem todas as regiões administrativas têm as mesmas necessidades, aguardam
pelas mesmas providências. Nas regiões de economia dinâmica, o que espera dos
governantes é que não atrapalhem o processo que já está em andamento; no caso
das regiões pobres, como o Vale do Ribeira, o que se espera é um programa que
mude sua circunstância, que encontre um rumo para suas dificuldades.
Algum político, em nossas cidades do
Vale do Ribeira, por acaso apresentou um projeto de governo que escape das
habituais promessas “vamos buscar recursos no governo estadual e federal”, “vamos
trazer o progresso para nossa cidade e região”, etc.? Há muitas maneiras de se
definir o estado de penúria, numa cidade, região ou país, mas a mais segura é a
comparativa. Quando todos estão mal, não há porque se queixar de si, mas quando
percebemos as diferenças entre as várias comunidades, sendo que a nossa está
defasada “para baixo”, então não há como escapar do mal-estar.
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