sexta-feira, 12 de abril de 2013

O PÚBLICO E O PRIVADO


              Publiquei neste Blog, pela manhã, algumas observações sobre a diferença de visão, pelo cidadão, entre o serviço público e o privado, segundo  análise do sociólogo alemão Wolfgang Streeck, publicada na revista Piauí. Logo depois, fui a uma repartição pública, o edifício da Câmara de Vereadores de Iguape e, sem a menor intenção de teste, tive uma amostra do modo de atendimento público, em sua diferença do particular. No artigo anterior, eu não deixei de mencionar a subjetividade do cidadão, que poderia prejudicar sua análise dos casos, em prejuízo do serviço público. Espero que a descrição a seguir, tenha como princípio a objetividade, para que o julgamento do leitor possa ter uma base segura.
              Entrei no majestoso edifício e vi a mocinha atrás do balcão. A primeira impressão foi que aquela funcionária não era a mesma que ali me atendera, em outra legislatura. A “outra” teria sido despedida, promovida ou simplesmente removida de função, por questões partidárias? Não perguntei. Afinal, eu podia estar enganado. Mas ficou a dúvida e, aqui, volto a insistir no problema da subjetividade do cidadão: “Eu tive a impressão...”.
              Dirigi-me ao balcão e aguardei que a mocinha terminasse sua ligação telefônica. “Gostaria de falar com um vereador”, disse. “Qual vereador?”, ela perguntou. “Qualquer um”, respondi. “Não pode ser”, ela argumentou, “preciso saber qual é, para ligar para sua sala”. “Está bem, quero falar com o vereador Wilson”. Ela pegou o telefone e, parece-me, ligou para a sala do edil. Em menos de um minuto, baixou o telefone e informou: “Ele não está!” “Tudo bem”, eu disse, “então gostaria de falar com qualquer outro vereador”. Ela tentou vários números, e acabou confessando: “Nenhum deles está na casa!” Então, como qualquer cidadão, me fiz as perguntas: Será que os vereadores entram secretamente, em suas salas? Essa mocinha não é a recepcionista de todos os vereadores, então não devia saber de sua presença e de seus horários costumeiros?
                Mas pode ser que no serviço público, no caso da Câmara de Vereadores, o cidadão precise marcar audiência, assim como se faz com um médico ou advogado, particulares. Nada mais justo! Mas eu gostaria de ser avisado disso, a própria recepcionista podia me informar, para eu não “bater com a cara na porta, na próxima vez”. Enfim, talvez esse exemplo dê alguma resposta às questões colocadas no artigo anterior.  

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