sexta-feira, 5 de abril de 2013

TRIBUNA DE IGUAPE


        Saiu o número 147, abril de 2012, do jornal TRIBUNA DE IGUAPE, editada pelo escritor Roberto Fortes. Vale a pena ler. E comentar. Mas, vamos por partes.
        1 – Em “Cidadania faz bem”, o editor começa pela afirmação: “É próprio do ser humano quebrar ou burlar as convenções e regras sociais”.

NB - Desculpe, senhor Editor, mas isso não é verdade. “Quebrar ou burlar as convenções sociais” é hábito dos delinquentes que, por sorte, não constituem a maioria da humanidade, senão simplesmente, não haveria humanidade. Há pouco tempo saiu um estudo psico-sócio-histórico, em que entraram nomes como o psicólogo “do momento”, Steven Pinker, professor de Psicologia da Universidade de Harvard (o que não é pouca coisa, diga-se), em que se afirma, de modo genérico, para depois se passar a exemplos tópicos, que a Humanidade está cada vez melhor.
         A “Lei de Gerson” ou o “jeitinho brasileiro”, como especifica este último, são formas de burlar o que é correto, mas, além de serem discutíveis como “leis” ou como característica brasileira, ainda assim, são afirmadas como restritivamente “nacionais”, o que as limita ao nosso território e não as estende aos demais povos. Daí que é um pouco de exagero falar que isso é “próprio do ser humano”. Felizmente!!!  
         Quanto ao problema específico do lixo em Iguape, podemos afirmar que, esse sim, é um problema nacional. A falta de cidadania também é um problema nacional, embora não seja “própria do ser humano”, mas é própria dos seres humanos mal-educados, o que isenta a parcela educada da população. Isso apesar de que, adaptando a famosa frase de Rui Barbosa, de “tanto ver triunfar a falta de educação, o homem tem vergonha de ser educado”.
           Mas se a gente lançar um olhar sobre nossos dirigentes políticos, os responsáveis, em instância de cidadania, pela ordem vigente no país, aqui considerada a ordem como o estado geral das coisas, vemos que o esforço dos cidadãos para procederem segundo a moral e os bons costumes se vê, muitas vezes, frustrado pelo mau exemplo de alguns daqueles que deveriam marchar à nossa frente. “Mensaleiros” (políticos de alto coturno) aguardam a ordem judicial para serem encarcerados; ex-presidente da República arranja negócios para falso capitalista que dá prejuízos seguidos a investidores incautos; “cartola” do esporte foi conivente com tortura e morte do jornalista Herzog, durante a ditadura; Comissão de Direitos Humanos é dirigida por um político que é a negação dessa instituição, etc. 

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