Saiu o número 147, abril de 2012, do
jornal TRIBUNA DE IGUAPE, editada pelo escritor Roberto Fortes. Vale a pena
ler. E comentar. Mas, vamos por partes.
1 – Em “Cidadania faz bem”, o editor
começa pela afirmação: “É próprio do ser humano quebrar ou burlar as convenções
e regras sociais”.
NB - Desculpe, senhor Editor, mas isso não é verdade. “Quebrar ou
burlar as convenções sociais” é hábito dos delinquentes que, por sorte, não
constituem a maioria da humanidade, senão simplesmente, não haveria humanidade.
Há pouco tempo saiu um estudo psico-sócio-histórico, em que entraram nomes como
o psicólogo “do momento”, Steven Pinker, professor de Psicologia da
Universidade de Harvard (o que não é pouca coisa, diga-se), em que se afirma, de
modo genérico, para depois se passar a exemplos tópicos, que a Humanidade está
cada vez melhor.
A “Lei de Gerson” ou o “jeitinho brasileiro”,
como especifica este último, são formas de burlar o que é correto, mas, além de
serem discutíveis como “leis” ou como característica brasileira, ainda assim, são
afirmadas como restritivamente “nacionais”, o que as limita ao nosso território
e não as estende aos demais povos. Daí que é um pouco de exagero falar que isso
é “próprio do ser humano”. Felizmente!!!
Quanto ao problema específico do lixo
em Iguape, podemos afirmar que, esse sim, é um problema nacional. A falta de
cidadania também é um problema nacional, embora não seja “própria do ser humano”,
mas é própria dos seres humanos mal-educados, o que isenta a parcela educada da
população. Isso apesar de que, adaptando a famosa frase de Rui Barbosa, de “tanto
ver triunfar a falta de educação, o homem tem vergonha de ser educado”.
Mas se a gente lançar um olhar sobre
nossos dirigentes políticos, os responsáveis, em instância de cidadania, pela
ordem vigente no país, aqui considerada a ordem como o estado geral das coisas,
vemos que o esforço dos cidadãos para procederem segundo a moral e os bons
costumes se vê, muitas vezes, frustrado pelo mau exemplo de alguns daqueles que
deveriam marchar à nossa frente. “Mensaleiros” (políticos de alto coturno)
aguardam a ordem judicial para serem encarcerados; ex-presidente da República arranja
negócios para falso capitalista que dá prejuízos seguidos a investidores
incautos; “cartola” do esporte foi conivente com tortura e morte do jornalista
Herzog, durante a ditadura; Comissão de Direitos Humanos é dirigida por um político
que é a negação dessa instituição, etc.
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