quarta-feira, 22 de maio de 2013

EXCESSO DE CACIQUES?



Durante muitos anos, o poder político em Iguape foi disputado apenas por dois caciques: saía um, entrava outro, ou seu preposto, numa alternância rotineira. A diferença entre uma administração e outra? Nenhuma! Apenas alguns nomes se alternavam em cargos de confiança, e outro tanto na vereança. O que um, às vezes, fazia mais importante que o outro era resultado de alguma verba extra, mandada pelo Estado ou pela União. Mas os iguapenses estavam satisfeitos, com esse campeonato sempre empatado. Tanto que, por muitos anos, nada fizeram para mudar o quadro político, de Iguape.

Até que surgiu o problema “Ilha Comprida”. No início, era apenas um bairro da cidade, preferido para passeios, por conta de suas praias. Mas, com o tempo, “estrangeiros” foram se fixando por lá, tomando consciência de seus problemas mas, principalmente, pressentindo seu futuro. Então, quando a população da Ilha tomou corpo, começaram as reivindicações: melhorar os caminhos de acesso, retirar o lixo, organizar a ocupação dos terrenos, etc. O prefeito em exercício mandava um administrador, naturalmente de seu grupo, e ia levando.

Mas os “ilhéus” nunca estavam satisfeitos. Aliás, também do lado de cá, sempre houve reclamações, justas ou injustas. Durante uma dessas reuniões reivindicatórias, quando se avolumaram as reclamações, os ilhéus ouviram do prefeito da hora uma resposta-solução de estarrecer: “Se vocês não estão satisfeitos com as condições da Ilha, por que não mudam para a cidade?” Foi assim que o germe da cizânia foi se avolumando. Foi assim que começou a crescer a ideia da separação da Ilha do município de Iguape, o que acabou acontecendo, tirando deste a importância de 70% da arrecadação de impostos.

E é assim que caminham as coisas, não só nesta parte do Estado de São Paulo, mas de todo Brasil. Por conta de relaxamento de uns e ambições de outros (o excesso de caciques), dividem-se territórios (mesmo com os Estados acontece isso), multiplicando os gastos com o funcionalismo, com o poder, com a burocracia. No Brasil, há municípios que não conseguem nem pagar o soldo dos vereadores, quanto mais dos funcionários. Então ficam reclamando dos poderes centrais, Estados ou União, por mais verbas, por mais atenção, para fazer aquilo que é necessário, nas cidades, mas para o qual eles não estão preparados.  

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