É muito vago falar em atraso, sem especificações . O
mundo não muda por inteiro, isto é, muitas de suas partes, suas nuances, suas várias
camadas de existência são independentes, uma das outras, então mudam em tempos
diferentes, algumas delas não mudam, outras podem até retroceder. Por isso,
quando se mencionar “atraso” é necessário especificar o que se quer significar
com isso, e qual é o alvo. Esse cuidado vale para tudo, negócios, costumes,
crenças e diversões.
Muitas coisas do passado são tristes e até vergonhosas,
como a escravidão, as castas sociais e os preconceitos, mas muitas delas dão até
saudades, tal a sua delicadeza, beleza ou respeito. Por isso não se pode
condenar o passado radicalmente, como se tudo aquilo que era e deixou de ser
tenha sido substituído por coisa melhor. Em alguns exemplos, pelo contrário, as
coisas pioraram, e isso não é preciso especificar, pois uma das vantagens de
nossos dias é que tudo se sabe, só bastando para isso que se fique atento ao
noticiário.
Em todo caso, o que melhorou ou piorou, o que ficou
mais feio ou mais bonito, tudo isso deve ser visto e discutido com cuidado,
pois os critérios de julgamento são variáveis e, num regime democrático, todas
as pessoas têm o direito de pensar por si próprias. Na foto acima, temos uma amostra
de como as pessoas se compunham, na expressão de seus costumes religiosos. Hoje
seria impossível repetir isso, que pareceria, talvez, ridículo. Mas naquele
tempo, essa imagem provocava respeito. Eu disse “naquele tempo”, mas para quem
consegue julgar as coisas com isenção, levando em conta a relativização histórica,
o respeito ainda permanece.

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