O presidente do Uruguai,
José Mujica, afirmou em entrevista concedida nesta sexta-feira (17/05) à rede
estatal chinesa Xinhua que não concorda com o título que lhe foi atribuído pela
imprensa internacional de “presidente mais pobre do mundo”, em razão de seu
estilo de vida simples. Segundo ele, esse título é incorreto porque “pobres são
aqueles que precisam de muito para viver”. Segundo ele, sua vida austera tem
como objetivo “manter-se livre”.
“Eu não sou pobre. Pobre
são aqueles que precisam de muito para viver, esses são os verdadeiros pobres,
eu tenho o suficiente”, afirmou. "Sou austero, sóbrio, carrego poucas
coisas comigo, porque para viver não preciso muito mais do que tenho. Luto pela
liberdade e liberdade é ter tempo para fazer o que se gosta”, disse o
presidente. Ele considera que o indivíduo não é livre quando trabalha, porque
está submetido à lei da necessidade. "Deve-se trabalhar muito, mas não me
venham com essa história de que a vida é só isso".
Assim como já fez com
outros correspondentes internacionais, Mujica recebeu a equipe de reportagem
chinesa em sua modesta propriedade rural em Rincón del Cierro, nos arredores de
Montevidéu, ao lado dos cães e galinhas que cria e alimenta todos os dias. Aos
77 anos, Mujica doa 90 % de seu salário de 260.000 pesos uruguaios (quase 28
mil reais) a instituições de caridade. Não possui cartão de crédito nem conta
bancária. Sua lista de bens em 2012 inclui um terreno de sua propriedade e dois
com os quais conta com 50% de participação, todos na mesma área rural – diz ter
alma de camponês, e se orgulha de sua plantação de acelgas, e já pensa em
voltar a cultivar flores. Possui dois velhos automóveis dos anos 1980 (entre
eles um Fusca com o qual vai ao trabalho) e três tratores.
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